Curitiba, PR.--(
DINO - 03 set, 2018) - Num momento qualquer diante de uma tarefa, você lembra de algo que não conseguiu fazer em situação semelhante. De repente seus batimentos cardíacos aceleram e sua respiração aumenta. Acontece em diferentes situações como trabalho, questões financeiras, relacionamentos, problemas de saúde, pressões sociais e outros. Para Silveira, isto ocorre quando você associa a imagem mental (como a ordem de um superior) a um registro guardado na memória ("sou campeão em fazer burradas", por exemplo). Pensamentos sobre nós mesmos, os outros e os eventos, determinam o nosso humor. Se pensamos: "não vou conseguir ", o corpo entra em estado de tensão e a ansiedade ingressa no circuito de pensamentos consistentes com esse estado de humor.
De acordo com pesquisa em 2013 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população mundial é atingida pelo estresse, evidenciando a importância de estudos sobre causas e efeitos do problema. Jaideep Bains, PHD, da Escola de Medicina de Cumming na Universidade de Calgary no Canadá, apontou em pesquisa recente com camundongos que o "estresse e as emoções podem ser contagiosos". No estudo, um rato de cada par foi removido e exposto a um leve estresse antes de ser devolvido ao parceiro. Ao examinar-se ratos submetidos e não submetidos a estímulos estressores verificou-se que ambos apresentavam as mesmas mudanças neuronais. Ao usar técnicas optogenéticas que combinam o laser com genética e bioengenharia, foram silenciados os neurônios responsáveis por regular o CRH (hormônio liberador de corticotrofina) em ação no estresse de parceiros não submetidos a estímulos estressores. O resultado mostrou que na interação, o estresse não foi transferido, ou seja, quando os neurônios geradores de "pensamentos" sofridos estavam adormecidos os ratos não estressados não eram influenciados por parceiros em situação de angústia. A alteração neuronal pelo estresse quando passamos muito tempo com pensamentos negativos, já foi apontada há duas décadas pela Universidade de Stanford nos Estados Unidos. Integrando sinais neuronais produzimos atividade mental e quando ela resulta em distorções cognitivas ficamos infelizes. Isso nos leva a refletir até que ponto pessoas estressadas que nos são próximas podem ativar nossa rede neuronal para o estresse. Sobre isso Bains sugere: "nós prontamente comunicamos nosso estresse aos outros, às vezes sem nem mesmo saber".
Para Silveira que tem formação internacional em coaching de saúde e bem-estar e especialização em terapia cognitivo-comportamental, as imagens do cotidiano se integram à memória e ativam sensações, podendo produzir angústia. Os neurônios, responsáveis por nossos processos cognitivos, como raciocínio, abstração e outras funções nos fazem pensar e lidar com as sensações desconfortáveis. Quando extremadas, o psicólogo pode ajudar em nossos julgamentos e preconceitos.
O especialista explica que mesmo parecendo óbvio, nem tudo o que pensamos é necessariamente real, pensamentos são pensamentos e não a realidade objetiva. É preciso comprovar a realidade antes de gerar suposições sobre a situação. Comece a questionar suas percepções para alterar as conexões neuronais que geram juízos ameaçadores. Em segundo lugar identifique o que interpreta e avalie o que pensa. Verifique de onde vem seu juízo de valor sobre pessoas, situações e eventos e o quão é importante ou irrelevante o que pensa. É por aqui que surgem os pensamentos disfuncionais. Em terceiro lugar apure se você está ligando vários pensamentos negativos ao mesmo tempo. Se isso estiver acontecendo você está ruminando pensamentos sobre o passado ou o futuro. O passado não existe mais e o futuro ainda não chegou. Ao continuar, pare imediatamente de pensar "estas coisas" e conecte sua mente e seu corpo com o "aqui e agora". É como se você deixasse de lado tudo que não tenha relação com o "presente". Entregue-se para as coisas que quer fazer neste momento, neste lugar. Ao escovar os dentes sinta as cerdas da escova sobre os dentes, o sabor da pasta, exercite suas papilas gustativas, sua língua, sua gengiva, foque-se em cada movimento e sensação. Se estiver conversando com alguém se atente para a escuta, abra-se para ouvir o que o outro diz sem expectativas ou julgamentos, veja se sua postura corporal é congruente com o outro. Se você se perceber em julgamento inspire com atenção deixando seus pensamentos irem embora. Por fim, se tiver algo fora de você, que possa ser positivamente mudado, mude, se não for possível, mude seu jeito de lidar com aquilo. Determinadas circunstâncias, são o que são e não há como lutar com elas mentalmente. Há coisas que você não pode controlar, como escolher o que o chefe, o cônjuge ou a sogra vão falar, mas você pode decidir como lidar com isso.
Não é talento ou inaptidão, sorte ou azar, o que determina o bem-estar ou mal-estar é a sua atitude mental.
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