Releases 12/11/2015 - 17:19

Região precisa se consolidar no mercado mundial do agronegócio, aponta 3º Fórum de Agricultura da América do Sul


Curitiba, PR--(DINO - 12 nov, 2015) - Em uma sociedade cada vez mais verticalizada e dependente da economia do campo, a América do Sul ainda precisa se consolidar enquanto maior região produtora de alimentos e, com isso, garantir segurança e abastecimento alimentar em nível mundial e alternativas sustentáveis de energias limpas. Esse foi um dos apontamentos do primeiro dia do 3º Fórum de Agricultura da América do Sul, que começou hoje (12), em Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer, e segue até sexta-feira (13) com representantes de 10 países e mais de 300 participantes.

"A América do Sul é o grande player do agronegócio mundial. Por isso, precisa aprender a comercializar e a se posicionar política e economicamente para aproveitar a oportunidade de ser mais do que uma mera fornecedora de alimentos", analisou Giovani Ferreira, coordenador do evento e do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo.

Problemas de infraestrutura, falta de especialização para atender nichos de mercado e juros altos são considerados os principais entraves do agronegócio sul-americano. "Os problemas estão fora das fronteiras agrícolas, precisamos voltar a investir em estradas e ferrovias", enfatizou o diretor-presidente da EBS Business School, Judas Tadeu Grassi Mendes, durante a segunda conferência do dia "A economia mundial e a herança das crises para o agronegócio".

"Temos de fortalecer as cadeias regionais. Está na hora de governos e participantes da cadeia produtiva se organizarem para oferecer produtos de fato competitivos no mercado interno e também no mercado externo", apontou o técnico da Companhia Nacional de Abastecimento, Eugenio Stefanelo. O debate foi mediado pela diretora do Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Carmen Truite.

Preço da commodities

A terceira conferência do dia, "Ciclo das commodities impõe nova ordem aos investimentos", debateu sobre como a variação dos preços de grãos tem impactado as economias dos países. A conferência foi mediada pelo analista da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti. "O que o mercado tem buscado é o equilíbrio entre oferta e demanda. Acredito que ainda passaremos por um ciclo de dois ou três anos dos preços da soja em baixa. Ainda assim, convém lembrar que, durante o ciclo 2001/02, a oleaginosa chegou a bater 4 dólares por bushel, o que mostra que os valores atuais estão longe de serem os mínimos já registrados. No caso do real seguir desvalorizado frente ao dólar, os impactos continuarão minimizados para os produtores brasileiros", apontou o especialista e operador brasileiro da Bolsa de Chicago nos Estados Unidos, Alvaro Ancêde.

Além da variação cambial, outro desafio apontado são as incertezas políticas, que também são enfrentadas pelo agronegócio da Argentina. De acordo com o diretor de informação e estudos econômicos da Bolsa de Comércio de Rosário, Guillermo Rossi, a situação no país vizinho, no entanto, é de otimismo. "Assim como o Brasil, enfrentamos dificuldades como a burocracia e dificuldade para fazer negócios. Entretanto, ambos os candidatos à presidência da Argentina já prometeram novas políticas públicas para o agronegócio, o que nos deixa entusiasmados para os próximos anos", afirmou.

Abertura

A conferência de abertura contou com a presença de Edilson Guimarães, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Norberto Ortigara, Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), João Paulo Koslowsvki, presidente da Ocepar, Orlando Pessuti, presidente do BRDE, e Lia Paludo, superintendente da secretaria de agricultura e abastecimento da Prefeitura Municipal de Curitiba.

Programação

Durante a tarde, a programação segue abordando o agronegócio a partir do ponto de vista sul-americano. Serão oito painéis com temas que englobam todos os elos da cadeia produtiva: carnes, grãos, lácteos, ativos florestais, empreendedorismo e logística. Os trabalhos acontecem de forma simultânea e não param nem mesmo na hora do almoço ou jantar.

Na sexta-feira (13), último dia do 3º Fórum de Agricultura da América do Sul, o evento contará com mais três conferências que irão debater negociações internacionais, responsabilidade e desafios da América do Sul, custo e a economia da energia renovável.

O fórum é promovido pelo Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo e conta com o oferecimento do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) e a Itaipu Binacional; além de patrocínio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep); e também tem o apoio da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Fortesolo e Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP).

Sobre o Fórum de Agricultura da América do Sul
O 3º Fórum de Agricultura da América do Sul (Agricultural Outlook Forum 2015) é uma realização do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo (AgroGP), plataforma de conteúdo do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), sediado em Curitiba, no Paraná, Região Sul do Brasil. Focado em soluções de mídia e comunicação para a promoção do setor, da América do Sul à América do Norte, Ásia, África e Europa, o AgroGP se apresenta como como um dos elos da cadeia produtiva do agronegócio, essencial ao desenvolvimento sustentável e ordenado da atividade.

O projeto piloto do Fórum foi realizado em 2013, fruto de uma aliança estratégica entre o AgroGP e o Conselho Agropecuário do Sul (CAS) ? conselho de ministros que reúne os ministérios da Agricultura de seis países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. A 1ª edição do evento levou para Foz do Iguaçu mais de 500 participantes e 30 palestrantes de dez países para discutir os desafios e oportunidade do novo ciclo de expansão da produção mundial de grãos.

Em 2014, a partir do tema "Inovação e Sustentabilidade no Campo", os debates passaram a discutir a América do Sul enquanto bloco, apontando caminhos para manter a competitividade em um mundo globalizado e fortalecer o posicionamento da região como o grande player do lado da oferta.

Fotografia: Jonathan Campos
Website: http://www.agrooutlook.com/