Releases 15/06/2016 - 12:21

Mudanças climáticas e gestão dos recursos hídricos são debatidas em Seminário Internacional


São Paulo, SP--(DINO - 15 jun, 2016) -

Piracicaba sediou na última terça-feira, 7, o Seminário Internacional sobre Crise Hídrica e Mudanças Climáticas: Os Desafios da Governança da Água, com participação de técnicos e profissionais da área ambiental do Brasil, Peru, Alemanha e França. O encontro foi uma iniciativa da Fundação Agência das Bacias PCJ, em parceria com o Office Internacional de L"Eau e Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, desenvolvido no âmbito da Ação Eco Cuencas.

Após a solenidade de abertura, que contou com as presenças do presidente dos Comitês PCJ e prefeito de Piracicaba, Gabriel Ferrato, do diretor-presidente da Agência PCJ, Sergio Razera, do diretor do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) da bacia do Médio Tietê, Luiz Roberto Moretti, da representante da União Europeia, Cristina Carvalho, e do representante do Instituto Mineiro de Gestão das Águas, Adelmo Correia, os mais de 100 inscritos para o Seminário assistiram à palestra do professor e especialista em climatologia Tercio Ambrizzi, sobre "Adaptação às mudanças climáticas e gestão hídrica: o desafio da governança dos recursos hídricos em um cenário de incertezas e eventos extremos".

Logo após o almoço, o documento "Mudança climática e crise hídrica: os desafios da governança das águas" foi exibido pelos professores Elcires Pimenta Freire e Giansante, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, e utilizado como base no debate final do encontro. Houve ainda o painel "Governança e mecanismos financeiros para gestão de recursos hídricos", com apresentações de Aziza Akhmouch, representante da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e de Alain Bernard, chefe do Polo de Gestão Integrada de Recursos Hídricos do Office Internacional de L"Eau e diretor da Ação Eco Cuencas.

"As mudanças climáticas tornam-se cada vez mais assuntos importantes para serem debatidos e, principalmente, para serem utilizados para o planejamento futuro. O momento em que estamos vivendo é sinal disso. Depois de um drástico período de estiagem nos anos de 2014 e 2015, vemos vários rios transbordando em pleno mês de junho. E a Ação Eco Cuencas nos permite debater sobre esse e outros temas, propiciando o contato com outras realidades, como a da França, por exemplo", explica Razera, que assinou a parceria da Ação com o Office Internacional de L"Eau em junho do ano passado.
O documento apresentado e discutido no Seminário está disponível no site da Agência PCJ (www.agenciapcj.org.br) e está aberto a sugestões. Depois do processo finalizado, os técnicos do Eco Cuencas elaborarão um plano de ações.

Ação Eco Cuencas

A Ação Eco Cuencas é uma oportunidade de fazer o balanço da implantação de organismos de bacias em quatro países da América do Sul que tiveram avanços importantes nos últimos anos na introdução de sistemas de gestão. Por isso, foram selecionados projetos pilotos no Brasil, Equador, Peru e na Colômbia para demostrar, de maneira prática, a relevância dos mecanismos redistributivos para uma gestão integrada dos recursos hídricos e uma melhor resiliência. Esses mecanismos redistributivos são, por exemplo: a cobrança pelo uso da água ou o pagamento pela proteção da cobertura vegetal que contribui para manter a oferta de água, em qualidade e quantidade, para a sociedade, os Fundos de Água, etc.

Previsto para três anos, o projeto deverá sistematizar e divulgar as boas práticas identificadas nas bacias piloto e nas bacias parceiras europeias (França, bacia do Arno na Itália, bacia do Júcar na Espanha) e no âmbito da REBOB, RELOC e RIOB, no que diz respeito à resiliência e implementação de mecanismos redistributivos para a sua possível aplicação por outros organismos de bacia da América Latina, no Caribe e na Europa. Espera-se apresentar resultados e recomendações no 8° Fórum Mundial da Água que será realizado em Brasília em 2018.
Além da Agência das Bacias PCJ, o Ecologic Institute (Alemanha), Asconit (França), Senagua (Equador), Irager (Peru), Corporación Cuenca Verde (Colômbia), Autoridad Nacional del Agua (Peru) e a Rede Brasil de Organismos de Bacia (Brasil) também são parceiros da Ação.

Na esfera da Ação Eco Cuencas, são desenvolvidos temas relacionados à governança, planejamento, financiamento e sistemas de informações. Para isso, foram disponibilizados pelo WaterClima 2,3 milhões de euros, ou seja, cerca de 7 milhões de reais, sendo que 197,3 mil euros são destinados às bacias PCJ e o valor da contrapartida da Agência das Bacias PCJ é de 75 mil euros.