Releases 26/03/2018 - 18:20

Como garantir qualidade de vida em cada fase de vida, principalmente na menopausa


(DINO - 26 mar, 2018) - Uma mulher já nasce com os óvulos que usará por toda sua vida. Ela chega a adolescência com um turbilhão de modificações corporais e ajustes no seu estilo de vida. Nessa fase, não é tão prático e simples que, subitamente, a jovem precise usar absorvente, gerenciar cólicas menstruais, conhecer a tão "falada" tensão pré-menstrual e ainda usar sutiã, em função do aumento dos seios.

Mas a vida precisa seguir e, com ela, a busca constante por informações de métodos contraceptivos: qual se adaptar melhor? Como é a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis? Quando deve ser o início de vida sexual? É a busca por autoconhecimento para, apesar de toda essa avalanche de informações, ter prazer nessa nova etapa. São muitas descobertas...

O relógio segue correndo e surge o desejo de filhos, só que as dúvidas agora são outras. Se já nascemos com os óvulos para a vida toda, é certo que, com o tempo, eles vão diminuindo de quantidade e de qualidade. Há um período ideal para programar a maternidade? Tecnicamente sim, pelos motivos acima citados, mas na vida real nem sempre funciona dessa forma e a gravidez pode ocorrer ou não. Na atualidade, muito se fala de reserva ovariana, preservação de fertilidade, etc.

A mulher tem a difícil tarefa de ser sexy, antenada e trabalhadora. Há sempre a busca por uma vida sexual saudável em meio a um mundo repleto de trabalho e incontáveis informações que surgem de todos os lados. Os gatilhos que envolvem o desejo sexual na mulher estão muito ligados a "cabeça". Estilo de vida, estresse do dia a dia, satisfação pessoal, felicidade no relacionamento são pontos importantes nesse cenário. Os hormônios sempre são culpados pela falta de libido mas na imensa maioria das vezes não são eles os vilões.

A busca constante pela superação pode se tornar ainda mais difícil com o amadurecimento e a evolução para a menopausa. Uma vez que a população feminina tem cada vez mais a tendência de viver mais e melhor, os assuntos que envolvem a vida sexual na menopausa estão cada vez mais em evidência.

Em 2015, no editorial do Jornal da Associação Médica Americana, escrito pelo Dr. David Satcher com foco em bem-estar, há ênfase na vida sexual como um elemento importante para a manutenção da saúde como um todo. Nesse texto, o autor chama a atenção dos profissionais de saúde para abordarem este assunto durante consultas de rotina. Surpreendentemente, segundo estatística americana, somente 40% dos ginecologistas perguntam sobre problemas na vida sexual e 29% avaliam se a paciente está satisfeita com sua vida amorosa.

A mulher passa aproximadamente um terço da sua vida na menopausa e precisa ser orientada, ao longo do seu suporte ginecológico, quanto a melhor forma de manejar as intercorrências próprias dessa fase, que incluem a falta de libido e a dificuldade para atingir o orgasmo. A chamada "síndrome genitourinária" da menopausa, que inclui ressecamento vaginal, irritação local, redução da lubrificação, dor na relação sexual e infecções urinárias, pode ser facilmente conduzida e sua resolução têm grande impacto na qualidade da vida sexual de uma mulher. Estima-se que 47% das mulheres após 3 anos na menopausa tem ressecamento vaginal.

Tudo que envolve sexo, envolve desvendar tabus também. Herbenick, autor de um artigo que avalia o perfil das mulheres que usam vibradores, revelou em sua pesquisa que 52,5% das mulheres entre 18 e 60 anos faziam uso do aparelho com relato de experiências positivas. O uso de métodos não farmacológicos para melhorar a vida sexual pode ser um aliado na busca pela satisfação sexual na pós-menopausa, sobretudo nas mulheres com dificuldade para atingir o orgasmo. Outro exemplo, cada vez mais acessível às mulheres, é o uso do laser íntimo em busca de melhora da atrofia e da chamada síndrome do relaxamento vaginal.

A vida moderna com seus estresses associados, a falta da busca pela prevenção de doenças em geral e a carência da assistência médica voltada para a saúde sexual acabam tendo como fim de linha uma mulher cheia de dúvidas, conduzida pelo mito que é natural ou normal, com o tempo amar menos e ter menos satisfação em todos os quesitos da vida. Esse é o grande desafio a ser vencido, apagar todos esses conceitos ultrapassados.


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