Atibaia, SP--(
DINO - 13 ago, 2015) - Ela de fato chegou, surpreendeu muitos profissionais e assustou até mesmo alguns especialistas que não puderam prever a sua intensidade. Instalada em nosso país, a crise econômica tem se agravado nos últimos meses, espalhando apreensão e preocupação nos mais variados setores. E com a construção civil não foi diferente. Houve queda na produção e venda, aumento no valor de maquinário e as demissões em massa também vieram. O cenário estagnou por alguns meses e houve pequenos suspiros no primeiro semestre deste ano, indicando evolução, mas sutis.
Para compreender melhor esse cenário e estimar quanto tempo levará para que a construção civil se recupere, Carlo Gramani e Rodrigo Satiro, respectivamente, Diretor Administrativo-Financeiro e Diretor Comercial e de Marketing na Putzmeister Brasil, multinacional alemã que atua no desenvolvimento de tecnologia e fabricação de equipamentos para o bombeamento de concreto, oferecem suas análises acerca do mercado e suas recentes movimentações.
Sobre o volume de vendas, Satiro afirma que "o perfil das vendas no atual cenário do país mudou de acordo com a realidade e necessidade de cada segmento. O volume de equipamentos novos diminuiu devido à dificuldade de crédito bancário e diminuição no lançamento de novas obras".
Ele explica ainda que, mesmo com esses imprevistos, houve aumento significativo o número de negociações com equipamentos usados e de vendas de peças para reposição/desgaste e reforma de equipamentos.
Para Rodrigo, não existe falta de venda, mas sim "uma grande diminuição delas, e isso ocorre pelo cenário de crise que o país atravessa, pela dificuldade de liberação de crédito e, principalmente, em decorrência da diminuição dos investimentos em novas obras das iniciativas privada e pública".
Quanto aos reflexos da atual situação de nosso país para as demais filiais da Putzmeister, o Diretor Comercial comenta que "o investimento no Brasil para o grupo ainda é constante, temos exportado grande parte da nossa produção mensal de equipamentos para a América do Sul. Com o crescimento de demanda do mercado Americano, a filial do Brasil "ganhou" a vantagem de atender os países da América do Sul, mantendo a planta sem uma redução de investimentos e mantendo os empregos com certa estabilidade".
No entanto, o executivo reconhece os impactos negativos da recente instabilidade econômica enfrentada pelo país: "infelizmente o cenário de crise do Brasil afeta sim a credibilidade com países como Alemanha, Estados Unidos e China, que passam a ter mais cautela antes de decidir aumentar investimentos ou antecipá-los".
Avaliando o setor por uma outra perspectiva, Carlo Gramani trata do cenário econômico e a atividade do mercado, analisando os desafios encarados pelos clientes da Putzmeister Brasil, que dependem da operação de seus equipamentos para a geração de renda e, consequentemente, aplicação desses recursos no pagamento de seus compromissos.
Gramani afirma que, mesmo diante de um cenário pessimista, "o programa de cobrança proativa e o conceito de célula de cobrança estão apoiando a manutenção dos índices de faturamento da empresa nos mesmos níveis pré-crise". E completa: "nossos clientes recebem a informação antecipada sobre o vencimento de seus títulos e têm a facilidade de tirar segunda via de boleto. O conceito de célula de cobrança traz o dinamismo necessário para este momento".
Quando perguntado sobre a forma como tem organizado a gestão financeira e o faturamento da empresa, Gramani indica que "é necessário a constante otimização de tarefas, manter despesas em seu menor ponto possível e realizar análise das atividades e sua real necessidade ? é preciso manter foco nas atividades importantes para evitar atividades não essenciais".
No tocante à dependência do mercado da construção civil de programas e financiamentos governamentais, Carlo conclui lembrando que "os programas oferecidos pelo governo e instituições como o BNDES são essenciais para o desenvolvimento do setor e de nosso país como um todo. A carência em infraestrutura somente poderá ser superada com a rapidez necessária com o apoio do BNDES".
Mesmo com perspectivas modestas de analistas de mercado e, em alguns casos, pessimistas para o crescimento e desenvolvimento do país para os próximos meses, ambos os diretores da subsidiária brasileira da Putzmeister, mantêm sua confiança no crescimento e estabilização do mercado da construção, atribuindo a atual situação de estabilidade de sua empresa a estratégias de gestão orientadas para eficiência de custos e expansão para novos mercados no continente sul-americano.
Sobre a Putzmeister
A Putzmeister foi fundada em 1958 na Alemanha e tornou-se líder mundialmente reconhecida na área de desenvolvimento e fabricação de tecnologia em equipamentos para o setor de concreto, mineração e escavação. No Brasil há pouco mais de cinco anos, sua sede, localizada em Atibaia, interior de São Paulo, é responsável pela fabricação e comercialização de equipamentos, serviços de assistência técnica e pós-vendas.
A Putzmeister Brasil tem destaque na execução de obras como a ampliação e construção de viadutos na região metropolitana de Belo Horizonte (MG) e de São Paulo (capital), por seus equipamentos de alta tecnologia e confiabilidade, os quais também são exportados para os países da América do Sul, como Uruguai, Chile e Equador.
Website:
http://www.putzmeister.com.br