São Paulo--(
DINO - 22 nov, 2016) - Os índices de inadimplência no Brasil sempre são bastante altos e raramente apresentam alguma retração. Contudo, como noticia Marcio Alaor, vice-presidente do
Banco BMG, o mês de outubro de 2016 foi uma exceção em relação à expansão da inadimplência. Isso porque, de acordo com uma pesquisa feita pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), o número de pessoas que entraram para a lista de inadimplentes no país cresceu apenas 0,21% em outubro desse ano na comparação com o mesmo período de 2015.
Essa elevação foi a menor para o mês de outubro no comparativo com o ano anterior desde 2011, quando começaram as análises desse índice de maneira revisada. Na série histórica, o ano que apresentou o maior avanço no mês de outubro foi 2011, com um aumento de 7,92% na inadimplência. Nos anos seguintes as elevações continuaram relativamente acentuadas, com 4,53% em 2012, 3,85% em 2013, 3,95% em 2014 e 4,87% em 2015, quando houve o segundo maior aumento dos últimos 5 anos para o mês de outubro, lembra
Marcio Alaor .
Ou seja, analisando esses números, percebe-se que o décimo mês de 2016 teve a menor expansão da inadimplência nos últimos anos com grande folga em relação aos índices apresentados anteriormente. Até mesmo na comparação com setembro de 2016, outubro teve uma retração considerável (0,60%). No entanto, quando a questão é o número de brasileiros com o nome em listas de inadimplentes, a situação ainda é preocupante, pois são 58,7 milhões de consumidores, sendo que, apenas nos últimos 12 meses, 1,1 milhão de pessoas tiveram seus nomes inscritos nessas listas por não quitarem suas dívidas.
Em relação à diminuição na expansão da inadimplência em outubro deste ano, o executivo Marcio Alaor reporta que, de acordo com o SPC Brasil, uma das principais causas é a instabilidade
econômica atravessada pelo país. Isso acontece porque, embora aspectos como a inflação alta e o desemprego fazem com que as pessoas tenham problemas para pagarem suas contas, o cenário econômico negativo, além de fazer com que as taxas de juros subam, também gera restrições em relação à concessão de crédito, dois fatores que diminuem a probabilidade de endividamento por parte da população.
Nesse sentido, o
empresário Marcio Alaor destaca que a pesquisa do SPC Brasil e da CNDL apontou que o total de dívidas de pessoas físicas teve uma retração de 3,42% em outubro deste ano no comparativo com o mesmo período de 2015. Já em relação a setembro, a diminuição foi de 1,45%. Tudo isso, segundo o que afirmaram alguns economistas do SPC, é reflexo da mudança no comportamento dos consumidores brasileiros, que estão mais prudentes, especialmente em relação a gastos com serviços que não são indispensáveis.
Isso fica evidente quando se percebe que as dívidas contraídas através de serviços bancários, TV por assinatura, telefonia e internet foram as que tiveram as maiores retrações em outubro.
Contudo, as dívidas contraídas por meio de contas com serviços básicos, especialmente luz e água, aumentaram quase 3% em outubro deste ano em relação ao décimo mês de 2015.
Todavia, segundo o que avaliou o SPC, esse índice negativo pode ser reflexo do fato de as concessionárias estarem inserindo os nomes dos consumidores nas listas de restrição ao
crédito cada vez mais rápido com o intuito de que as dívidas sejam quitadas prontamente. Nesse sentido, acontecem casos em que o CPF do consumidor é negativado antes mesmo do serviço ser interrompido, conclui Marcio Alaor.
Website:
https://marcioalaorbmg.com/