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DINO - 20 jun, 2017) - A depressão é considerada o mal do século e atinge mais de 322 milhões de pessoas no mundo, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 11,5 milhões de brasileiros sofrem com a enfermidade e, de acordo com a OMS, o país é o maior com prevalência de depressão da América Latina ? sendo o segundo maior nas Américas, atrás dos Estados Unidos, onde cerca de 5,9% da população é atingida pela doença. Uma nova técnica chamada de estimulação magnética transcraniana está sendo realizada para ajudar no tratamento. De acordo com a neurologista do Hospital Brasília, Dra. Márcia Neiva, esse procedimento tem mais um benefício por ser considerado não invasivo (que não envolvem instrumentos que rompem a pele ou que penetram fisicamente no corpo). "A técnica consiste na indução de uma corrente elétrica dentro do cérebro através de um campo magnético gerado por uma bobina posicionada na cabeça do paciente", explica.A especialista esclarece que por muitos anos a medicina esteve focada em tratamentos baseados em medicamentos que transformam a química que conduz o nosso corpo. "Temos que entender que grande parte destas substâncias gera efeitos colaterais indesejáveis. O procedimento não invasivo tem a isenção de grande parte dos efeitos colaterais causados pelas drogas, sendo um grande salto que daremos em busca de métodos mais inteligentes para o tratamento de várias doenças", comemora. A médica também explica que o uso do método foi contemplado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por se mostrar eficaz nos tratamentos da depressão, de alguns sintomas da esquizofrenia e também do Parkinson. Além desses, a especialista relata que existem inúmeras aplicações para a técnica já demonstradas em alguns estudos. Dentre elas, a reabilitação para o AVC, sequelas motoras de doenças neurológicas, como traumatismos cranianos e medulares, algumas formas de epilepsia, demências, Alzheimer, entre outros diagnósticos.