Sorocaba, SP--(
DINO - 11 abr, 2016) - Não há como negar... todos nós envelheceremos! E para as mulheres, em especial, um certo hormônio chamado estrógeno, responsável pela manutenção do equilíbrio de dentes, tecidos moles e glândulas salivares, sofrerá queda acentuada com a chegada dos anos.
Segundo a Profa. Dra. Juliana Bellini, "com o estrógeno em queda, a boca fica mais vulnerável a cáries e problemas gengivais, além de causar disgeusia, xerostomia, dores faciais, síndrome da boca ardente, dificuldade de deglutição e ainda alterações neurológicas (nevralgia do trigêmeo) e osteoporose (perda de massa óssea da mandíbula e da maxila)".
Isso acontece porque existem receptores para hormônios sexuais nos tecidos orais que são encontrados em: fibroblastos, glândulas salivares, camada basal e espinhosa do epitélio gengival e vasos sanguíneos.
Para a especialista, a melhor maneira de minimizar os sintomas é a reposição hormonal. Além disso, é fundamental o acompanhamento de um cirurgião-dentista a cada seis meses que deve incentivar uma higienização mais rigorosa. "Apesar da vulnerabilidade da boca feminina nessa fase da vida, com os cuidados adequados que minimizam os sintomas, a vida pode ter mais qualidade e menos restrição", ressalta.
Dor escaldante
Dentre todas as alterações bucais, a Síndrome da Boca Ardente (SAB) é a que se destaca, pois atinge sete vezes mais mulheres do que homens, ocorrendo em maior frequência no período pós-menopausa, em mulheres de meia idade e idosas. "Os pacientes que apresentam esse quadro relatam dor ardente, escaldante, formigamento ou sensação de dormência que persistem por mais de um dia", explica Dra. Juliana Bellini.
A SAB caracteriza-se por uma sensação de queimação, principalmente nos 2/3 anteriores da língua, gengiva, palato duro, mucosa do lábio superior e rebordos alveolares. Alguns pacientes também apresentam calor, fisgadas, coceira, tremor, inchaço, sensação de queimadura com líquido quente e sensação de corpo estranho.
A Associação Internacional de Estudos de Dor definiu essa síndrome como uma entidade nosológica distinta, que inclui todas as formas de queimação na boca e reclamações descritas como sensação ou dor pungente, na ausência de lesões bucais específicas e sem alterações nos exames de sangue (SCHIAVONE, 2012). Caracteriza-se por duas formas clínicas: primária e secundária. Na forma primária, o tratamento visa aliviar os sintomas dolorosos, pois não se encontram fatores associados ao desenvolvimento da SAB.
Na forma secundária é feito por uma equipe multiprofissional, uma vez que sua etiologia é desconhecida e, por isso mesmo, multifatorial.
"A ansiedade e a depressão, problemas afetivos, deficiência nutricional (ferro, zinco e vitamina B), diabetes, candidíase, alterações hormonais e lesões orais, entre outros, estão entre os fatores sistêmicos descritos como causa da SAB, porém alguns autores afirmam que a condição de síndrome apenas pode ser considerada pela tríade: ardência, disgeusia e xerostomia", explica Dra. Juliana Bellini.
Possui fisiopatologia desconhecida e, portanto, não existe tratamento único reconhecido. Outra questão importante e que deve ser apresentada é que não há consenso com relação a definição de um quadro clínico, tempo de regressão e o emprego dos recursos terapêuticos para cura da SAB. Daí a importância de uma abordagem terapêutica baseada nos sintomas que o paciente traz para que sejam aliviados de maneira precisa.
Sobre a profissional
Dra. Juliana Bellini é Cirurgiã-Dentista com Título de Especialização em Estomatologia. É Mestre em Medicina ? Cirurgia de Cabeça e Pescoço ?, e Membro International do College of Dentists.
É Professora no curso de Odontologia, na UNIP, em Sorocaba e Campinas.
A profissional também é capacitada para aplicação clínica e terapêutica da toxina botulínica na Odontologia.
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