São Paulo, São Paulo, Brasil--(
DINO - 14 set, 2016) - Livro reúne contos escritos por Roland Fischmann ao longo dos últimos 20 anos
Situações presentes eu nosso cotidiano ou nos noticiários inspiraram o escritor Roland Fischmann a escrever os contos que fazem parte do livro "História Universal da Mentira". Ao prestar atenção aos fatos corriqueiros do nosso cotidiano, Fischmann recria com brilhantismo histórias que fazem seu público refletir sobre a verdadeira essência humana.
Sem a pretensão de ser filosófico, acaba o fazendo de uma forma bastante sutil, dando aos seus personagens características tão humanas quanto aquelas encontradas nas histórias vistas diariamente nas ruas do país. Em "História Universal da Mentira" não foi diferente. Fischmann reuniu, ao longo de 20 anos, contos inspirados nas mais diversas situações vistas e vividas, nas quais a mentira aparece como personagem principal. "Cada conto aborda o tema de um ponto de vista diferente", explica o autor.
"A mentira é fascinante porque é profundamente humana. Todo ser humano mente, para o bem ou para o mal. Aliás, lutamos a vida inteira para sermos verdadeiros com nós mesmos, para nos realizarmos, tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Todos nós sofremos do mesmo mal", justifica Roland. O assunto é abordado no livro; não como artifício para fugir de uma responsabilidade, para vender um produto ou para omitir alguma informação, mas para a busca de uma realização pessoal ou profissional.
Após tanto tempo escrevendo e preparando a "História Universal da Mentira", Roland Fischmann pode ser considerado um especialista no assunto. Dentre os tipos de mentira citados pelo autor, é possível destacar a mentira infantil, a omissão e, até mesmo, a "do bem", como o uso da chupeta ? explicado na introdução de seu livro. O uso da mentira na descoberta de sua verdadeira essência pessoal pode ser observado logo em seu primeiro conto, Pegasus.
Nele, o protagonista Werner é um escritor que precisa produzir sua arte para salvar sua pele, literalmente. "Werner, que sem dúvida tem muito de mim, aprende ? com muita dor ? a ser novamente verdadeiro com ele mesmo", explica.
Para desenrolar a história de Werner, Fischmann faz referência ao livro "O Processo", de Franz Kafka. "Eu me inspirei claramente nessa obra e criei uma situação meio tragicômica, na qual K, em homenagem a Kafka, fica em uma situação completamente absurda", revela. As homenagens não param por aí. "Há cerca de sete ou oito anos eu quis prestar uma homenagem particular a um escritor que me ajudou muito e eu admiro demais, o Jorge Luis Borges, autor de "História Universal da Infâmia"", declara Roland.