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DINO - 16 jun, 2016) -
Novos mecanismos relacionados ao comércio internacional, oriundos da Europa, causaram preocupação generalizada em várias entidades bancárias, sobretudo as locais. O intuito dessas novas regras, é inibir a necessidade de que títulos sejam resgatados juntos ao governo. Cartas de crédito, por exemplo, passaram a figurar na lista de exigências para importações e exportações, que seriam utilizadas em caso de falência bancária. Com uma sólida trajetória profissional, Ricardo Guimarães, líder do Banco BMG, vê tal situação como algo preocupante. Para ele, as barreiras em zonas de livre comércio, são prejudiciais ao andamento da economia global, o que pode interferir de forma negativa na economia.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Coalition Development,
empresa especializada em levantamentos financeiros, cerca de 4% da arrecadação da receita dos mais expressivos bancos em operação em todo o globo, estariam em jogo. A nova medida projetaria o impacto de possíveis calotes sobre os investidores, ao invés de projetá-los sobre os contribuintes. Conhecido como bail-in, o mecanismo impediria, segundo a União Europeia, que devedores conseguissem auxílio na justiça de outros países. O empresário do Banco BMG, Ricardo Guimarães, relata que no comércio exterior, as regras de operação costumam mudar de acordo com os movimentos da economia mundial. Segundo Guimarães, é necessário que se saiba dosar barreiras e concessões.
Especialistas no assunto, como Michael Spiegel, que dirige a área responsável por financiar transações em comércio exterior do Deutsche Bank AG, acredita que diversas instituições oferecerão resistência à adoção da nova regra, pois estas não compreenderiam a razão pela qual foi sancionada.
Ricardo Guimarães explica que os acontecimentos da economia dependem de diversos fatores, como posições políticas e interesses de outras naturezas, o que a torna algo extremamente volátil. O gestor do Banco BMG, acredita que as mudanças devem ser implantadas de forma gradual, com o intuito de proporcionar uma melhor adequação por parte dos envolvidos.
Temendo as consequências de uma possível falência bancária, tais instituições acreditariam que a demanda por transações diminuiria de forma considerável. Com a certeza da execução das cartas de crédito, as organizações ficariam vulneráveis às oscilações do mercado. As questões logísticas são outra fonte de preocupação generalizada. Dono de uma sólida bagagem no comando do
Banco BMG, Ricardo Guimarães vê uma possível inibição por parte das empresas desse segmento, pois, acostumadas com outra forma de se fechar negócios , elas poderiam sofrer grandes impactos de ordem financeira, gerando conflitos de ordem interna, além de comprometer a economia dos países.
Mesmo com a forte oposição estabelecida de forma explícita, há rumores de que os bancos da União Europeia estejam adequando suas realidades à nova maneira de operação em comércio internacional. Algumas instituições alegam não terem sido comunicadas oficialmente acerca da mudança, o que faz com que seus
gestores ainda operem sob antigos costumes. Profundo entendedor do sistema bancário internacional, Ricardo Guimarães defende que as leis devem ser cumpridas, mesmo que de forma indesejada. O CEO do Banco BMG, no entanto, acha justo que os dirigentes inconformados dos grandes bancos envolvidos, façam campanhas defendendo a manutenção das antigas regras de operação.