Releases 16/03/2017 - 17:20

BrazilFoundation anuncia vencedores do segundo prêmio de inovação comunitária


Brasil--(DINO - 03 mar, 2017) - Indo na contramão da crise econômica mundial, em que grandes organizações e governos têm deixado de apoiar projetos do setor social - principalmente os que estão em fase inicial ? a BrazilFoundation anuncia nesta quarta-feira, 22 de fevereiro, o apoio a 50 iniciativas informais, em todo o território nacional, através do "Prêmio de Inovação Comunitária", carinhosamente chamado de OP (Outra Parada). A "OP" é uma iniciativa sem razão social, informal, individual ou coletiva, que atua para transformar pessoas e comunidades.

A seleção foi feita por 20 organizações madrinhas de 14 estados ? que são referências em suas áreas e regiões de atuação - e por um painel composto por doadores e pela equipe da BrazilFoundation. Cinco OPs apoiadas no ano anterior foram escolhidas entre 14 para renovar o apoio e continuar seus projetos. Cada OP receberá um investimento de R$ 6.500 ? R$ 5.000 para o próprio projeto e R$ 1.500 para cobrir os custos de monitoramento e mentoria. O apoio durará seis meses, e contará com sessões de mentoria oferecidas pelas madrinhas às iniciativas selecionadas. Ao final do processo, as OPs que obtiverem os melhores resultados concorrerão a um novo prêmio, que inclui renovação de apoio e uma viagem para Nova Iorque junto com um representante da organização madrinha, para compartilhar experiências.

Os recursos para o II Prêmio de Inovação Comunitária foram levantados por meio dos galas da BrazilFoundation em Miami, Nova York e São Paulo em 2016; do Evento do Comitê Jovem em Bronxville; do Centro Gérson Bartolomeu; e dos doadores e apoiadores da BrazilFoundation. A fundação pretende anunciar mais OPs de apoio à medida que receber mais recursos adicionais de parceiros.

O Prêmio, que está em sua segunda edição, foi lançado pela BrazilFoundation em 2016. O projeto é pioneiro ao apoiar iniciativas informais, de todas as regiões do país, que atuem para transformar seus territórios. Para participar do Prêmio, a BrazilFoundation convida organizações que fazem parte da sua rede para atuarem como financiadoras de iniciativas dentro das suas regiões ou áreas de atuação, contribuindo com suas expertises setorial e territorial e mentorias para as selecionadas.

Segundo Patricia Lobaccaro, presidente da BrazilFoundation, as razões para testar esse novo modelo de filantropia compartilhada são muitas: financiar iniciativas que estão fora do radar de financiadores por não serem formalizadas; democratizar a decisão de alocação do recurso; testar a ideia de que organizações financiadas podem ser financiadoras; estimular o protagonismo local; e criar um ecossistema que favoreça a criação de novas tecnologias sociais. "A BrazilFoundation é uma das poucas fundações que investe em iniciativas em estágios iniciais, que não possuem resultados comprovados ainda. No entanto, essas iniciativas pequenas e enxutas apresentam enorme potencial de criação e implementação de novas tecnologias sociais. É muito bacana realizar este projeto de mapeamento da inovação comunitária a nível nacional, em parceria com organizações que são referência nas suas áreas de atuação. É um projeto feito a 42 mãos e um rico processo de aprendizado para todos os envolvidos", diz Patricia.

Oportunidade de aprendizado

Vestir a camisa de financiador pode ser uma experiência de aprendizado ímpar para as organizações madrinhas, na avaliação de Thiago Cavalli, da Casa do Rio Tupana, no Amazonas, uma das madrinhas. "Selecionar, apesar de difícil, foi um aprendizado de análise da coerência das propostas e da possibilidade de realização das mesmas. Procuramos ações que enriquecessem nosso trabalho em parcerias locais, além disso, procuramos ações de protagonismo local", afirma Thiago.

Bel Santos Mayer, do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário, Ibeac, afirma não ter encontrado dificuldades na seleção, tendo até gostado de mudar de lado. "Essa nova reorganização é muito boa. Outra Parada é muito importante e bastante especial para os projetos não estruturados", conta Bel, que complementa: "É uma oportunidade que pequenos grupos e coletivos têm de receber apoio e assessoria de uma organização com maior estrutura, no caso a organização madrinha, e construir uma aprendizagem coletiva com os outros projetos", acredita.

Outras organizações participantes também acreditam que o prêmio é uma oportunidade de transferência de conhecimento e de estreitamento de laços, que expandem os horizontes de atuação das instituições. É o caso do Laboratório Brasileiro de Cultura Digital: "O prêmio cai como uma luva para o nosso projeto de Residentes Hackers. Podemos pensar nele como uma forma de continuidade para os Residentes ou talvez uma forma diferente de apoiar jovens transformadores. Esta forma de monitoria é parte do nosso fazer e acreditamos ser nosso ponto mais forte como instituição", diz Raul Costa Duarte, coordenador do Laboratório Brasileiro de Cultura Digital, uma das organizações madrinhas de São Paulo. "É um processo que ajuda a conhecer melhor as comunidades, as demandas, as iniciativas, é extremamente enriquecedor pela instituição madrinha", comenta Brigitte Louchez, da Barraca da Amizade, de Fortaleza, Ceará, também madrinha.

Um retrato da inovação social no Brasil

Este ano, os grandes temas das propostas selecionadas são igualdade de gênero e protagonismo feminino. A iniciativa "Em Campos: Local de Discutir Empoderamento Feminino e Direitos Humanos", que procura incentivar o engajamento comunitário com as jogadoras do Perifeminas Futebol Clube, time que atua na região de Parelheiros, em São Paulo, foi uma das mais votadas. "Estamos muito felizes, o futebol é a forma que conseguimos para discutir igualdade de gênero, chamando mulheres e homens para o diálogo, criando vínculos afetivos", conta Sidneia Chagas, gestora do projeto que pretende usar o valor recebido para, entre outras coisas, comprar livros de grandes autoras da literatura, criar uniformes que contenham poesias feministas para as jogadoras usarem nas competições amadoras que disputam pela região metropolitana paulista e comprar uma câmera fotográfica para registrar as partidas.

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