São Paulo, SP--(
DINO - 16 out, 2018) -
Sessenta novas regras fiscais, tributárias e contábeis criadas todos os dias ao custo de 1.958 horas e R$ 60 bilhões anuais gastos por empresas privadas de todos os portes no Brasil. Na busca pela solução deste enorme problema representado pela burocracia brasileira, empresas passaram a considerar o uso de ferramentas tecnológicas capazes de acompanhar a velocidade e complexidade das obrigações burocráticas no País.
Com a tarefa de assimilar todas os detalhes de regras fiscais modificadas ou recém-criadas de uma forma que os seres humanos não conseguem, as soluções tecnológicas baseadas no “ensino das máquinas” – ou
Machine Learning, no termo em inglês – conseguirão, dentro de alguns anos, aprender, diariamente, quais processos as empresas precisam seguir para manterem-se sempre dentro da lei. Isso poderá ser feito, por exemplo, com a leitura do Diário Oficial da União, memorandos ministeriais, relatórios e textos publicados por órgãos públicos em todas as instâncias: Federal, estadual e municipal.
Parte de uma infraestrutura robótica, as “máquinas” já conseguem monitorar e aprender palavras, textos e contexto, habilidades que ainda deverão ser aprimorados para atender às demandas de empresários e gestores que precisam saber tecnicalidades capazes de manter o negócio atualizado e em dia com as complexas obrigações tributárias impostas por órgãos, como a Receita Federal e o Banco Central.
Vanessa Mello, diretora de Client Legal Compliance Operations (CLCO) da TMF Brasil, traça uma tendência de que a popularização desse tipo de sistema vai mudar a forma como os empresários lidam com a burocracia, especialmente nas empresas menores, que tem limitações de caixa, pessoal e investimentos em apoio jurídico. “Relatórios analíticos são muito importantes nas grandes empresas porque ajudam não apenas a toda a corporação andar na linha, mas também eleva os níveis de compliance, fator importante para o
branding das empresas. Percebido como um movimento natural, a adoção de sistemas robóticos responsáveis pela análise fiscal e tributária deverá acontecer em alguns anos e poderá ajudar o dono da padaria, do pet shop, da pequena rede de supermercados e muitos outros tipos de negócio a cumprir tantas obrigações”, revela.
A executiva indica ainda que a adoção do auxílio robótico já começou pelas entidades públicas, que viram nos sistemas de integração e checagem de informações a ferramenta perfeita para diminuir a evasão fiscal. Assim é possível assegurar o recolhimento de todos os tributos necessários para o desenvolvimento do País. As soluções de
Machine Learning que deverão ser popularizadas dentro de alguns anos, no entanto, ainda não são realidade.
“Apesar de todo o avanço já trazido pela robótica, ainda temos muitos desafios para que governos e empresas de todos os portes integrem informações de forma eficiente. Isso porque pessoas precisam ser treinadas para essa realidade que ainda está por vir, relatórios tributários e fiscais deverão se tornar mais precisos e os sistemas não poderão ser engessados, eles ainda devem passar por desenvolvimento e aperfeiçoamento para atender às necessidades legais, operacionais e complexidades que a realidade da economia brasileira apresenta todos os dias aos empresários, profissionais e gestores públicos”, conclui Vanessa Mello.
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