São Paulo--(
DINO - 21 mai, 2020) -
Com a pandemia causada pela COVID-19, o mundo todo foi afetado e muitas culturas que não tinham o costume de se preocupar tanto com critérios tão rigorosos de saúde, passaram a viver um novo cotidiano. Este foi o caso do Brasil.
A situação da pandemia forçou muitas pessoas a mudarem drasticamente suas rotinas e até mesmo suas crenças. Pessoas que afirmavam jamais precisar das redes sociais, hoje as utilizam com frequência. No mesmo sentido, pessoas que não sabiam nem o significado da palavra “live”, hoje fazem suas transmissões ao vivo na internet sobre os mais variados assuntos.
Pessoas que sempre criticaram o trabalho na modalidade “home office”, perceberam que é sim possível trabalhar, com mais qualidade de vida e economizando um tempo precioso que antes era perdido no deslocamento até o trabalho.
Estes são apenas alguns exemplos de que a rotina das pessoas mudou muito, mas incorporou conhecimentos, tecnologia e hábitos que, em sua grande maioria, devem permanecer na rotina das pessoas depois que a pandemia terminar.
O Brasil é um país onde as pessoas sempre tiveram o hábito de cumprimentar uns aos outros com no mínimo um aperto de mãos. Quando se conhece a outra pessoa, sempre foi comum o cumprimento com abraços e beijos no rosto.
Certamente o distanciamento imposto pelo período de isolamento, associado ao hábito que muitas pessoas vão manter de cumprimentar apenas com gestos e acenos será mantido por um bom tempo, passando a ser incorporado por muitas pessoas.
Entre os diversos itens que passaram a fazer parte da rotina dos brasileiros, como o álcool em gel, os descartáveis, as barreiras e outros, ganha um destaque especial a máscara.
Imagem: Sorriso natural percebido sob a máscara - Fonte: Freepik
Em uma visita rápida ao supermercado, por exemplo, percebem-se os mais variados tipos, desenhos, materiais e estampas nas máscaras. Diante da imposição do uso do acessório, a personalização das máscaras se tornou um forma de diminuir um pouco o incômodo e o impacto que ela causa.
“Ao usar a máscara, sem querer as pessoas chamam ainda mais a atenção à área dos olhos, que já é a parte mais expressiva do nosso rosto. No visagismo tratamos esta área como a ‘área da emoção’. Neste momento em que mais da metade do rosto está coberta, as pessoas percebem como é possível se comunicar e se expressar somente com esta área”, é o que afirma Débora Belissi, pós-graduanda em Visagismo, que recebe seus clientes para consultoria de visagismo no espaço Beleza Personalizada, junto ao salão Toca Hair na cidade de São Paulo.
Imagem: Olhar tenso percebido sob a máscara - Fonte: Freepik
Mesmo com a maior parte do rosto coberta pela máscara, bastam os olhos estarem expostos, que já é possível perceber o que a pessoa expressa. O olhar pode transmitir alegria, tristeza, ansiedade, tensão, medo, e outra sensações.
Obviamente é muito mais fácil perceber as emoções das pessoas quando se observam todas as suas expressões: o olhar, a boca, as contrações faciais, a postura corporal, etc. Mas o recente uso das máscaras no Brasil, fez as pessoas perceberem que é sim possível perceber se uma pessoa está feliz, triste ou decepcionada, por exemplo, apenas prestando atenção aos seu olhar.
Imagem: Olhar triste percebido sob a máscara - Fonte Freepik
Léo Costa, visagista, gestor e educador do espaço Beleza Personalizada, na cidade de São Paulo, lembra que “o visagismo tem como objetivo principal compor o visual de cada pessoa de acordo com o que ela deseja que pensem a seu respeito, por isso sempre tivemos um foco muito grande na região dos olhos, principalmente por ser a área que representa nossa emoção. Daí a importância que nós damos para este momento em que a única parte que fica visível é exatamente esta”. Léo Costa reforça ainda que o visagismo é um trabalho que vai muito além do cabeleireiro, e que se destina a todos os gêneros, como é o caso do visagismo masculino que tem sido tão procurado nos últimos meses.
O formato e tamanho das máscaras também pode ser decidido com base no visagismo, afinal elas vão definir quais as linhas estarão presentes no rosto juntamente com a área dos olhos, que é a região que expressa as emoções de cada pessoa.
Segundo os visagistas Léo Costa e Débora Belissi, as máscaras podem sim ser escolhidas ou criadas de acordo com o que se deseja para o seu visual. Para isso, um dos conceitos base do visagismo são utilizados: as sensações que cada uma das linhas geométricas expressam de forma inconsciente nas pessoas.
Máscaras mais retangulares e com vincos na horizontal, vão expressar um ar mais sério e focado.
Já as máscaras mais arredondadas e volumosas, tendem a expressar mais suavidade, calma e serenidade.
Quando as linhas mais evidentes na máscara são inclinadas, trazem um ar mais dinâmico e ousado ao visual.
No mesmo sentido é possível pensar na estampa das máscaras. Quando se escolhe uma ilustração, é importante que ela esteja alinhada com o formato da máscara. No caso de um sorriso estampado em uma máscara retangular, acaba não fazendo muito sentido. Seria melhor que estivesse em uma máscara inclinada, por exemplo.
O trabalho do visagista vai muito além do corte de cabelo ou da maquiagem, como muita gente pensa. O profissional visagista é responsável por compor o visual de uma pessoa, dos pés à cabeça, expressando exatamente o que a pessoa deseja com o seu visual.
Um dos conceitos considerados pelo profissional visagista é o temperamento predominante em cada pessoa. O temperamento reflete o momento que cada pessoa está vivendo, e pode variar ao longo da vida, de acordo com as experiências e situações vividas por cada um.
Alguns exemplos de máscaras que refletem um pouco de cada um dos quatro temperamentos são apresentados por Débora Belissi, pós-graduanda em visagismo, especialista em noivas do Toca Hair na cidade de São Paulo.
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