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DINO - 06 jun, 2017) - Quando o assunto é Psicologia, logo vem à cabeça tópicos como depressão, ansiedade, entre algumas doenças. Tais exemplos sempre são as primeiras associações à essa ciência que, por sua vez, acaba sendo socialmente relacionada a questões negativas na vida das pessoas. O que acontece, na realidade, é que os aspectos positivos não costumam ser pautados com a mesma profundidade.A Psicologia não trata somente de distúrbios, mas também de sensações boas, como felicidade, empatia e respeito. É o que afirma o autor dos materiais didáticos do Programa Semente, Helder Kamei. "Precisamos entender que a questão psicológica também deve abranger o bem-estar das pessoas. A felicidade e a autoconfiança, por exemplo, devem ser desenvolvidas juntamente com a prevenção de transtornos psicológicos", afirma Helder, que também é presidente da Associação de Psicologia Positiva da América Latina (APPAL).A fim de desenvolver uma análise dos pontos positivos dessa ciência, estudiosos elaboraram o conceito de Psicologia Positiva. A ideia é focar mais nas fortalezas do que nas fraquezas das pessoas, buscando sempre compreender o que torna a vida melhor (satisfação, relacionamentos, etc.).Kamei revela que essa área da Psicologia foi fundamental para desenvolver o conteúdo dos materiais didáticos do Programa Semente, metodologia que está sendo aplicada em escolas brasileiras, ensinando estudantes a lidarem com as emoções. "Através do programa, preparamos as crianças não somente para evitar que elas desenvolvam distúrbios psicológicos: também investimos em aspectos positivos, os sentimentos bons, como a alegria, gratidão e esperança. ", conta. De acordo com o autor, as escolas não costumam conversar com os alunos sobre como eles estão se sentindo. "A criança precisa do bem-estar, e os colégios não oferecem esse espaço com a devida precisão. Logicamente, é isso que os pais desejam quando matriculam os filhos: a felicidade deles". As habilidades socioemocionais estão totalmente interligadas à Psicologia Positiva, pois um aluno que tem autoconfiança, autoestima e resiliência, por exemplo, vai se sentir melhor consigo mesmo e consequentemente adquirir boas notas. Outras competências, como a empatia, ajudam a estabelecer melhores relacionamentos interpessoais e favorecem comportamentos cooperativos".A empatia vem a ser uma grande chave para compreender e lidar com as pessoas, mas não só isso: é um meio para ser um bom profissional, inclusive um líder. "O bom funcionário consegue conciliar o seu interesse e o interesse dos seus colegas de trabalho, tornando-se uma pessoa justa e altruísta. Isso é uma ótima qualidade", afirma Helder.Numa aula sobre autoconhecimento do Programa Semente, por exemplo, o aluno é incentivado a refletir sobre suas emoções e se conhecer melhor. De forma estruturada, o programa trabalha os cinco domínios: autoconhecimento, autocontrole, empatia, tomada de decisões responsáveis e habilidades sociais. "Saber reconhecer emoções em si e nos outros, relacionando-as com os pensamentos que as geram e entendendo como tudo isso influencia o comportamento permite que cada um compreenda melhor as próprias limitações e conheça suas fortalezas, o que aumenta a confiança, o otimismo, a autoestima e promove relacionamentos mais saudáveis", afirma Helder.Segundo ele, somando as competências socioemocionais, a Psicologia Positiva e o didatismo dos materiais do Programa Semente é possível desenvolver crianças felizes, seguras e inteligentes.