Releases 12/11/2015 - 14:25

Combate e a prevenção ao Bullying: Veja a Nova Lei Determina!


São Paulo--(DINO - 12 nov, 2015) - Intimidação Sistemática! Assim foi batizado o fenômeno mundial que sequer tinha tradução na Língua Portuguesa: Bullying. O termo vem do inglês, bully, que significa valentão, alguém que tem a necessidade de intimidar o outro para sentir-se mais forte. Por este "outro", entenda-se alguém que luta desesperadamente para ser aceito, mas que por algum motivo, não consegue se "encaixar" em um padrão aceitável pelo grupo. E claro, há sempre o grupo, que faz coro com o valentão para ser protegido e não atacado por ele. E driblando este esquema está... o professor. Sua missão é cumprir com o planejamento curricular, por vezes ignorando os olhares cruzados, a violência plantada no olhar hostil, no riso irônico, nos punhos cerrados, nas ameaças sutis ou reveladas, como se elas fossem apenas brincadeiras de crianças! Mas, agora, parar esta brincadeira virou lei! A Lei de número 13.185, de 6 de novembro de 2015, que institui o combate e prevenção à intimidação sistemática.

O papel da escola

Agora, além de ensinar a responder questões em uma prova, a escola vai ter de mostrar que não é engraçado insultar, xingar o colega, atribuindo-lhe apelidos pejorativos, assediar moral ou sexualmente, inventar e propagar histórias que depreciem alguém, induzindo-o ao isolamento, à exclusão. Agora é tarefa dos adultos encontrar caminhos para encaixar consciência, cidadania, valores humanos, respeito, amizade dentro da extensa programação de aulas, provas, festividades e eventos escolares.

A questão é: as equipes pedagógicas estão preparadas para adotar ações de prevenção e combate ao bullying? Estão abertas a discutir, orientar e encontrar novos caminhos que conduzam a uma cultura para a paz, ou tudo isso será uma aula a mais para o professor de filosofia?

A Lei é clara com relação a estas ações, e determina:

? Não se trata de punir, mas de conscientizar, discutir, encontrar soluções efetivas.
? Realizar campanhas por uma educação para a paz, dentro e fora da escola, envolvendo os meios de comunicação em massa.
? Envolvimento muito maior de toda a sociedade: alunos, professores, diretores, família.
? Orientação aos pais e familiares de crianças identificadas como vítima ou agressores.
? Apoio jurídico, social e psicológico aos envolvidos.

Vale tudo?

Talvez o maior desafio esteja em descobrir como mudar o olhar do pai que fica todo orgulhoso ao saber que o seu garoto "mostrou que é homem", quando bateu em alguém na escola? Ou da mãe que está ocupada demais para escutar as pessoas que convivem com seu filho mais do que ela mesma? Em resumo, estamos diante de uma família que espera que a escola se encarregue integralmente de seus filhos, e uma escola que espera que os valores venham de casa para que elas possam fazer melhor "o seu trabalho" de fazê-los passar na prova e no Enem. Nesse jogo de empurra, há jovens que crescem sem referências de valores, ou pior, que aprendem com os desenhos da Disney o que é lealdade, respeito, família, afeto. Aprendem com as novelas como se dar bem e a levar vantagem, e qual o ideal de casamento, beleza e juventude. Como dialogar com um jovem que na virtualidade pode ser o que quiser: reinventar-se, assumir identidades diversas, ficar invisível, em um universo onde vale tudo por uma curtida?

É o momento de parar e pensar que as medidas tomadas até agora foram no sentido de punir e não de educar, chegando ao ponto de ser necessário existir uma Lei que obrigue as instituições escolares e familiares a se mobilizarem por uma educação para a paz.

O papel da arte

Ora, se estamos diante de uma nova juventude com a qual não conseguimos dialogar com eficácia, é hora de apostar em uma nova abordagem. Apropriar-se de uma linguagem, que em verdade, sempre conseguiu tocar as pessoas, sensibilizá-las: a arte!
A arte humaniza e eleva consciências, às vezes choca para provocar mudanças, consegue gerar identificação e quebra de padrões, aponta novas perspectivas. Por que não apostar em uma linguagem onde todos possam se reconhecer, tecer reflexões que apontem para novos caminhos de conduta, que construam um novo olhar sobre o outro, mais humano e amoroso? Partindo desta percepção, iniciativas culturais vêm buscando, pouco a pouco, uma aliança com as escolas para promover de fato, uma cultura para a paz.
É o caso da Cia Interato , com o espetáculo teatral O Lado B do amor , que há um ano vem conquistando crianças, adolescentes, professores, diretores, que se emocionam e se divertem com as personagens. São heróis humanos, personagens comuns em qualquer escola: o esquisitão da turma, a garota descolada, o valentão, a nerd solitária, a menina atrapalhada que só deseja se encontrar naquele universo tão plural. E o professor, que acredita no poder do diálogo e fala de coisas que não caem na prova, mas edificam vidas.

O dia da Consciência Humana

Assim como outras companhias e iniciativas, espera-se com a nova Lei, que elas possam atuar de maneira mais eficaz dentro de escolas, dialogando, sensibilizando, ampliando horizontes. O objetivo maior é que a escola seja um espaço plural de desenvolvimento integral do ser, onde todos possam expressar a sua verdade, sem medo de ser julgado, humilhado ou excluído por pessoas que não saibam lidar com as diferenças. Que esta lei não seja mais um texto na legislação, mas que venha de fato a cumprir seu papel. Em um país que valoriza tanto as datas comemorativas, quem sabe o 6 de novembro não seja proclamado como "O dia da Consciência Humana"?

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