São Paulo, SP--(
DINO - 25 jul, 2015) - A Amazon se mostrou bastante consolidada no mercado, mesmo com a concorrência acirrada.
Flavio Maluf, presidente da Eucatex Brasil, apontou uma série de pontos que mostra uma solução para diminuir as despesas da companhia no setor logístico. Como medida para acelerar as entregas, sobretudo para atender a demanda dos usuários Prime, a empresa quer fazer dos usuários seus entregadores.
Inicialmente será nos Estados Unidos, onde ela foca o mercado de varejo e está desenvolvendo um aplicativo em que pessoas comuns serão pagas para fazer entregas. Ou seja, ao invés de pagar as transportadoras a Amazon quer pagar aos seus clientes para a entrega de mercadorias. A ideia da companhia é de alocar mercadorias em lojas e armazéns urbanos, pagando o aluguel pelo espaço utilizado ou tarifa por mercadoria. O projeto ficou conhecido como On My Way (No meu Caminho).
O projeto
Trata-se de um projeto inovador, mas que pode não ir para frente, segundo Flavio Maluf. Mesmo que haja a possibilidade de dar à companhia a opção de interagir mais com o consumidor e economizar custos, os quais subiram 31% no ano passado, mais que a receita. Além disso, Flavio Maluf observa que a estratégia pode aumentar a possibilidades de negociar com as transportadoras.
A estratégia ainda conta com barreiras, uma vez que as lojas físicas podem não cooperar da maneira que a Amazon necessita. Em contrapartida, as transportadoras são eficientes e não cobram tão caro pela entrega. Por exemplo, um pacote transportado via UPS nos Estados Unidos custa pouco mais de US$ 8 por pacote. Parece pouco, mas o montante diário da Amazon é de 3,5 milhões de pacotes (média). Segundo a SJ consultoria, Consulting Group, a Amazon precisaria de milhares de transportadores para que a economia seja significativa.
Flavio Maluf ainda atenta que não há uma política bem elaborada nos casos em que os pacotes forem danificados ou extraviados. Apesar dos empecilhos, outras empresas já aderiram a sistemas semelhantes. A entrega compartilhada já é uma realidade para empresas como Deliv Inc., o Ebay, o Uber, entre outras. O Wal Mart Stores também tem interesses em estabelecer um sistema próprio de entregas de mercadorias.
Experiências anteriores
Algumas iniciativas da Amazon merecem ser citadas ? afirma Flavio Maluf. Entre elas, as entregas feitas de bicicleta para clientes Prime Now. Como o conceito é de fazer a entrega em até duas horas, a Amazon chegou a contratar transportadoras que atuam no ramo de entregas para supermercados e até motoristas associados ao aplicativo Uber. Nesse último caso, a empresa pagou US$ 5 por pacote, mas não seguiu adiante com a iniciativa.
A empresa também está construindo uma
rede própria para entregas e ainda contratou os serviços postais dos correios americano. Dessa forma, poderá fazer entregas aos domingos e para seus produtos de supermercado, entregues no período da manhã. Tudo para garantir a boa experiência de compra e ter um diferencial em relação aos concorrentes.
Futuro do On My Way
O projeto de entrega compartilhada foi colocado na pauta da Amazon no mesmo momento em que a companhia tentou entrar no ramo de carona remunerada, similar ao Uber, contudo também não foi para frente. Se seguir adiante, o projeto ajudaria a sanar problemas como os enfrentados em 2013, quando não conseguiu entregar alguns presentes de natal e acabou tendo de ressarcir seus
clientes.
Outra questão que pode ser resolvida diz respeito ao custo de logística, que pode diminuir. Só em 2014, a empresa teve um custo de US$ 8,7 bilhões, ante a US$ 2,07 bilhões de 2013. Para se ter uma ideia, os custos em relação às vendas passou de 8,9% para 9,8% das vendas. O desafio do projeto é diminuir esses custos ou, pelo menos, não diminuir a receita atual.
Website:
http://flaviomaluf.com/