São Paulo, SP--(
DINO - 30 nov, 2015) - São Paulo, novembro de 2015 - O caminho que a comida faz dentro do nosso organismo é conhecido por muitos. Depois que engolimos o alimento, ele passa pela faringe e pelo esôfago até chegar no estômago e seguir para o intestino. Mas, afinal, o que faz com que ele siga esse fluxo e não retorne para a boca? O gastroenterologista do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho, Matheus Azevedo, explica que um dos responsáveis por não deixar que a comida reflua é uma válvula chamada esfíncter inferior do esôfago. Ela está localizada entre o esôfago e o estômago. Saiba mais sobre ela e o que causa a doença do refluxo gastroesofágico a seguir.
"Essa válvula tem como principal função evitar que o esôfago entre em contato com o suco gástrico produzido pelo estômago", afirma o especialista. "O esôfago não está preparado para receber o ácido e esse contato pode gerar lesões e inflamações na mucosa, o revestimento superficial do órgão. Quando o esfíncter está enfraquecido o paciente apresentará uma maior probabilidade de desenvolver a doença do refluxo", completa.
Em muitos casos, não são conhecidas as razões desse enfraquecimento. No entanto, já são comprovados alguns fatores que aumentam o risco. São eles: obesidade, tabagismo, ingestão de alimentos com alto teor de gordura, como frituras, de bebidas gaseificadas e de café.
"Nós temos observado um aumento na incidência do refluxo devido ao aumento de peso da população e aos maus hábitos alimentarem. Comer muito fast food e não ter hora certa para se alimentar são péssimos hábitos que aumentam as chances de o paciente ter a doença do refluxo", afirma o especialista do Hospital 9 de Julho.
Pessoas com maior propensão à doença do refluxo são as que possuem hérnia de hiato. Nesse caso, uma parte do estômago se projeta para dentro do tórax por meio de uma abertura do diafragma, o que desloca o esfíncter e aumenta as chances do alimento voltar ao esôfago, ou seja, de o paciente ter a doença do refluxo.
Sintomas
Entre os sintomas típicos de um paciente com refluxo estão a pirose ? sensação de queimação no peito -, e a regurgitação. Existem também os sintomas chamados atípicos. Entre eles estão tosse, rouquidão, dificuldade para engolir e alteração de esmalte dentário.
O diagnóstico da doença de refluxo é baseado em sintomas clínicos e na endoscopia, exame que analisa a mucosa do esôfago, do estômago e do intestino delgado. Caso esse exame ainda deixe dúvidas sobre o diagnóstico, pode ser solicitado um exame chamado phmetria esofágica, que mede o pH do esôfago em 24h. Na doença do refluxo o paciente apresenta um pH ácido por um período maior que o esperado para uma "pessoa normal".
Tratamentos
O tratamento para o refluxo pode ser feito com medicação que inibe a formação de ácido pelo estômago. No entanto, o médico destaca que não menos importante é a mudança no estilo de vida do paciente. "Medidas como perder peso, evitar tabagismo, comer fracionadamente e não deitar imediatamente após as refeições ajudam a evitar o problema", finaliza o médico.