Releases 01/08/2016 - 17:41

Aquífero californiano guarda volume de água equivalente a 2,3 mil Sistemas Cantareira


São Paulo, SP--(DINO - 01 ago, 2016) - Um novo estudo publicado por especialistas da Universidade Stanford revelou que o aquífero sob a região do Vale Central do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, guarda três vezes mais água do que se imaginava. A descoberta vem em momento oportuno para a Califórnia, que há cinco anos vive uma seca tão grave que o governador chegou a declarar estado de emergência na região ? o que acabou por estimular os esforços para encontrar novas fontes do recurso e para consumi-lo de forma mais eficiente.

Dados de 35 mil poços de exploração de óleo e gás na região foram compilados para chegar ao novo volume, estimado em 2,7 trilhões de metros cúbicos, o que equivale a cerca de 2.250 Sistemas Cantareira, com seus 1,2 bilhão de metros cúbicos de capacidade com o volume morto. "Não é todo dia que se faz uma descoberta como essa", disse Robert Jackson, um dos autores do estudo que revelou o novo aquífero. "É muito mais água do que qualquer um de nós esperava encontrar por ali", afirmou ao portal de notícias científicas norte-americano Science Daily.

Boa parte da água recém-descoberta está em profundidades superiores a 300 metros e inferiores a 900 metros, o que coloca uma série de desafios para sua exploração. Trata-se de profundidade atípica para a prospecção de água, o que encarece seu bombeamento. O líquido também tem índice acima da média de sal e sedimentos em sua composição, o que pode requerer tratamento antes da distribuição. Retirar toda essa água dos maciços sedimentares da região ? onde o recurso costuma ficar acumulado ? também pode criar zonas de depressão de solo que cedem mais de três metros. Mas o esforço compensa. "Foi-se o tempo em que água a mais de 300 metros de profundidade era cara demais para bombear", diz Jackson. "Hoje, isso é possível e precisamos proteger essa fonte, mesmo que a gente só decida usá-la daqui uma década", afirma.

A contaminação do manancial por infiltrações causadas, principalmente, pela prospecção de gás e óleo é uma possibilidade e os especialistas alertam para esse risco. Segundo o levantamento, até 30% da área onde esse novo volume de água está acumulado é região de prospecção da indústria de energia. Monitoramento e até nova legislação podem ser necessárias para proteger o recurso.

Mesmo com esse possível aumento na oferta, os especialistas lembram que é fundamental manter em funcionamento os programas de consumo consciente e preservação da água que surgiram durante a seca. Felizmente, até com 2,7 trilhões de metros cúbicos de água a mais, "desperdício" deve continuar sendo palavra proibida na Califórnia.

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O Juntos Pela Água surgiu durante a crise hídrica de 2015 para reunir e compartilhar experiências e dicas de consumo consciente de água no Brasil e no mundo. Passado o momento mais crítico dessa crise, num esforço para ir além da agenda de preservação, o Juntos Pela Água ampliou sua pauta. Afinal, discutir a preservação dos recursos hídricos é também discutir, direta ou indiretamente, o futuro das cidades, do consumo, da política, dos negócios, da saúde e de outros tantos temas importantes. No novo Juntos Pela Água , que estreou em junho de 2016, tratamos desses assuntos com textos e infográficos enxutos e recheados de números e dados.

O movimento Juntos Pela Água é apoiado pela Odebrecht Ambiental , que presta serviços privados de água e esgoto a cerca 17 milhões de brasileiros em quase 200 municípios do Brasil.






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