As implantações de redes 4G e de tecnologia M2M para celular devem estar
preparadas para um crescimento rápido em toda a América Latina, se as
operadoras móveis na região forem capazes de superar uma série de
desafios regulatórios e econômicos, de acordo com uma nova pesquisa da
GSMA. A GSMA Intelligence, o setor de pesquisa da GSMA, publicou dois
relatórios novos na conferência Mobile 360 - Latin America, que está
sendo realizada no Rio de Janeiro esta semana (13 a 14 de maio), que
destacam a necessidade de uma abordagem sustentável para as implantações
de redes 4G e da tecnologia M2M na região.
Para superar obstáculos ao crescimento do 4G
Existiam 39 operadoras com redes LTE na América Latina até março de
2015, abrangendo 15 dos 22 países na região1. A primeira rede 4G na
América Latina foi lançada pela Antel no Uruguai em dezembro de 2011. O
número de implantações de redes acelerou recentemente, com 17 operadoras
lançando redes 4G novas em 2014 e mais 21 operadoras que planejam
lançamentos nos próximos anos.
Apesar deste impulso recente, as redes 4G representaram apenas 2,4% do
total de 683 milhões de conexões móveis na América Latina no primeiro
trimestre de 2015, abaixo da média global de 8,4%. Isto significa que a
migração para as redes 4G na região está ocorrendo atualmente em um
ritmo mais lento que o ritmo anterior das redes 3G. O relatório atribui
este progresso mais lento a diversos fatores, incluindo a alocação
insuficiente de espectro 4G adequado (especialmente em frequências
abaixo de 1 GHz, como a faixa de dividendos digitais de 700MHz), as
dificuldades na implantação de infraestrutura a nível municipal para
atender às obrigações atuais rigorosas de cobertura e a um ambiente
macroeconômico desafiador, que desencoraja a maioria dos assinantes a
atualizar para dispositivos e serviços 4G.
"As operadoras de telefonia móvel da América Latina estão investindo
bilhões na aquisição de licenças e no desenvolvimento de infraestrutura
4G, apesar dos desafios de oferta e demanda", disse Sebastian Cabello,
diretor da GSMA Latin America. "Várias operadoras estão fazendo
investimentos, apesar do declínio da receita decorrente dos serviços
tradicionais das operadoras, como o serviço de voz.
As novas redes 4G estão melhorando a qualidade do serviço e serão
fundamentais para a universalização do acesso de banda larga móvel em
toda a região. Por isso, pedimos aos formuladores de políticas na região
que eliminem as barreiras à implantação da banda larga móvel
sustentável, a fim de estimular o investimento contínuo nas redes 3G e
4G."
De acordo com a GSMA Intelligence, as redes 4G serão responsáveis por
28% das conexões móveis da América Latina em 2020. Estima-se que as
redes 3G, que atualmente oferecem cobertura a quase 90% da população da
região, representem 51% das conexões até este ponto. As operadoras de
telefonia móvel fornecerão suporte à migração para as redes (3G/4G) de
banda larga móvel durante este período, com o aumento do investimento em
infraestrutura; estima-se que as despesas com capital das operadoras
totalizem aproximadamente US$ 170 bilhões no período de seis anos, entre
2015 e 2020, um aumento sobre os US$ 106 bilhões investidos ao longo dos
últimos seis anos.
Operadoras móveis assumem a liderança em conexões M2M da América
Latina
A GSMA Intelligence estima que existiam 16,1 milhões de conexões M2M de
celulares na América Latina no final de 2014, tornando-a a quarta maior
região de M2M no mundo inteiro, atrás (em ordem) da Ásia-Pacífico,
Europa e América do Norte. Estima-se que o crescimento em conexões M2M
de celulares na América Latina seja muito forte nos próximos anos,
aumentando em 25% ao ano (CAGR) até 2020 e alcançando 62 milhões de
conexões até este ponto. A tecnologia M2M para celulares representa
atualmente cerca de 2% do total de conexões na região, mas estima-se que
cresça até 7% do total em 2020.
O Brasil é o maior mercado M2M na América Latina, com 9,9 milhões de
conexões M2M de celulares até o final do ano de 2014, sendo responsável
por 61% do total do mercado M2M para celulares na região. A redução do
último ano no imposto do cartão SIM em dispositivos M2M que não são
operadoras por pessoas2 estimulou o mercado no Brasil, ajudando a
acelerar as implantações de conexões M2M em áreas como de telemática de
veículos e de contadores inteligentes.
"Estruturas regulatórias favoráveis podem desempenhar um papel
importante no incentivo à implantação e à adoção de novas aplicações e
serviços M2M, como vimos com a redução de imposto no Brasil", disse
Cabello. "Operadoras da região estão oferecendo mais do que apenas o
componente de conectividade que sustenta a rede M2M para celulares; elas
estão desenvolvendo novos modelos de negócios em conjunto com parceiros
públicos e privados locais, que podem oferecer soluções M2M integrais e
podem servir uma ampla diversidade de mercados verticais."
As duas novas pesquisas da GSMA Intelligence podem ser baixadas nos
endereços a seguir:
https://gsmaintelligence.com/research/2015/05/towards-a-sustainable-approach-for-4g-deployment-in-latin-america/505/
https://gsmaintelligence.com/research/2015/05/m2m-in-latin-america-state-of-the-market/506/
-FIM -
Nota aos editores
¹ Os 22 mercados classificados como América Latina nesta pesquisa são:
Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica,
Equador, El Salvador, Ilhas Falkland, Guiana Francesa, Guatemala,
Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname,
Uruguai, Venezuela
² http://www.gsma.com/latinamerica/gsma-welcomes-brazilian-government-decision-to-reduce-machine-to-machine-taxation
Sobre a GSMA
A GSMA representa os interesses das operadoras móveis no mundo todo,
reunindo quase 800 operadoras e mais de 250 empresas do ecossistema
amplo da tecnologia móvel, incluindo fabricantes de aparelhos e
dispositivos, empresas de software, fornecedores de equipamentos e
empresas de Internet, assim como organizações e setores industriais
adjacentes. A GSMA também realiza os principais eventos da indústria,
como o Mobile World Congress, o Mobile World Congress Xangai e o Mobile
360 Series Conference.Para obter mais informações, acesse o site
corporativo da GSMA em www.gsma.com.
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