Brasília, DF--(
DINO - 11 dez, 2018) -
Para reforçar a ideia de cuidado e prevenção contra o câncer de pele na população brasileira, principalmente com a chegada do verão, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lança a campanha "Dezembro Laranja". Neste ano, o tema da campanha nacional de prevenção ao câncer da pele é
‘Se exponha, mas não se queime’. Para se ter uma ideia, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil. Para 2018 são estimados, no país, 2.920 novos casos de câncer de pele melanoma em homens e 3.340 em mulheres. Já os casos novos de câncer de pele não melanoma estimados são de 85.170 em homens e 80.410 em mulheres.
O câncer de pele é um tumor de pele provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. “A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos, e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento. A melhor forma de reduzir o risco de desenvolver a doença, é reduzir a exposição solar e fazer uso de protetor solar diariamente. Dessa forma, o sol não vira um vilão, e sim um grande aliado, explica a médica oncologista Ludmila Thommen.
O profissional de saúde Erasmo Tokarski, que atua na área da Dermatologia, Estética e Cirúrgica há mais de 30 anos, explica que o efeito do Sol é cumulativo, por isso é de extrema importância respeitar os horários mais favoráveis para se expor ao sol. “Antes das 10h e após às 15h, e também usar protetor solar adequadamente, aplicando de maneira uniforme em toda a pele e fazendo a reposição conforme indica o fabricante, diz o especialista".
Tipos de câncer de pele
Segundo explica a oncologista, Ludmila, existem três tipos de cânceres de pele: o carcinoma basocelular, mais frequente e com alto percentual de cura; o carcinoma espinocelular, de incidência média; e o melanoma, o tipo mais grave e mais raro. “Em qualquer um dos casos, a doença é curável se detectada em estágio inicial”, esclarece a especialista.
Diagnóstico
A doença pode ter o aspecto de uma pinta, uma pequena alergia ou outras alterações que, a princípio, pode parecer algo sem muita importância. Mas é fundamental ter o conhecimento da própria pele e saber em quais áreas existem esses sinais. Apenas o exame clínico ou a biópsia podem diagnosticar o câncer de pele. “Utilizamos um dermatoscópio, que é uma lente de aumento especial com fonte de luz própria para observar a lesão, e, se houver indicação realizamos a biópsia da pele”, explica o dermatologista.
Para ele, o importante é estar sempre atento a lesões na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente; pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce; e manchas ou feridas que não cicatrizam, continuam a crescer e causam coceira, crostas, erosões ou sangramentos.
Tratamento de câncer de pele tipo melanoma
De acordo com a oncologista Ludmila Thommen, a cirurgia é o mais indicado nos tumores iniciais, e dependendo do estadiamento do paciente é possível indicar radioterapia, imunoterapia ou terapia alvo.
É importante lembrar que o melanoma é o tipo de câncer de pele mais grave e, por isso, mais difícil de atingir a cura quando o tumor é identificado numa fase muito avançada. Ainda assim, estes tratamentos ajudam a reduzir os sintomas e a aumentar a expectativa de vida dos pacientes, como explica a Oncologista.
“Tivemos grandes avanços no tratamento do melanoma com muitas medicações de precisão chegando ao mercado e consequentemente melhorando os resultados”, conta.
Tratamento de câncer de pele não melanoma
O dermatologista Erasmo Tokarski explica que este tipo de tratamento é utilizado para o câncer de pele
basocelular e
espinocelular e é feito, na maior parte das vezes, apenas com o uso de cirurgia. Dependendo do estado de cada paciente, o médico pode recomendar algumas destas cirurgias.
Entretanto, o especialista alerta que nos casos em que o câncer está numa fase muito avançada, pode ainda ser necessário fazer quimioterapia ou radioterapia durante algumas semanas para eliminar as restantes células cancerígenas que não foram totalmente removidas na cirurgia.