São Paulo, SP--(
DINO - 04 out, 2021) -
A taxa de fechamento de pequenas e médias empresas (PMEs) aumentou no início deste ano em todo o mundo, quase um quarto (24%) das PMEs relataram, em fevereiro de 2021, seu fechamento, em comparação com uma média global de 16% em outubro de 2020 e de 29% em maio do mesmo ano, segundo o Relatório Global Sobre a Situação das Pequenas Empresas realizada pelo Facebook,
divulgada pela Agência Brasil. De acordo com o levantamento, o impacto nas vendas e fluxos de caixa negativo teve reflexo, também, na redução de empregos em 30% das PMEs em funcionamento no mundo, desde o começo da pandemia.
Manter um fluxo de caixa saudável é importante para qualquer empresa, principalmente, para as pequenas e médias empresas, em que o domínio de processos, serviços, produtos e conhecimento da área de negócios não são suficientes para o sucesso sem um bom planejamento estratégico e um ótimo controle financeiro, afirma Jaquelini Costa, graduada em Administração de Empresas com habilitação em micro, pequenas e médias empresas, e com MBA Executivo em Estratégias Empresariais.
“Nesses quase dois anos de pandemia em que o mundo precisou se reinventar e trabalhar de uma forma diferenciada, muitas empresas que não estavam estruturadas financeiramente tiverem que demitir muitos funcionários, fechar suas portas ou até mesmo abrir falência”, relata Jaquelini.
A administradora de empresas lembra que quando a empresa se depara com um fluxo de caixa negativo é preciso parar e analisar toda a estrutura da organização buscando identificar onde estão os erros para imediatamente corrigi-los e reverter o cenário. Uma planilha de fluxo de caixa organizada e alimentada com frequência, preferencialmente de acordo com a demanda, é de suma importância. “Quando você tem entradas e saídas diárias é interessante que a planilha seja atualizada todo dia. O importante é não deixar de atualizá-la por períodos longos, pois a chance de furos na planilha é maior”, explica Costa.
A sobrevivência dos pequenos negócios, no Brasil, está relacionada à capacidade de gestão (administrativa e financeira do negócio), à maior experiência e conhecimento do ramo, segundo a o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (
Sebrae). A
pesquisa Sobrevivência de Empresas (2020), realizada com base em dados da Receita Federal e levantamento de campo, mostra que com fluxo de caixa negativo, a taxa de mortalidade das PMEs é de 29%. Já as microempresas têm taxa, após cinco anos, de 21,6% e as de pequeno porte, de 17%. Atualmente, os pequenos negócios representam 30% do PIB brasileiro, de acordo com o Sebrae.
Conforme a especialista, após a planilha atualizada é preciso analisar se há gastos desnecessários ou possíveis de minimizar como, por exemplo, reduzir custos de material de apoio, apagar as luzes nos ambientes, ar-condicionado (se possível) e economizar na conta telefônica utilizando meios digitais para contato com clientes e fornecedores. A analista executiva ainda avisa que uma dica importante é não misturar conta pessoal com a empresarial, pois esse ponto é um dos principais erros das pequenas empresas. O ideal é manter sempre contas distintas, definindo um valor de pró-labore para retiradas mensais.
“Também é muito interessante fazer a aquisição de um software de gestão para melhorar o controle das receitas e despesas. Com um sistema você consegue automatizar alguns lançamentos, fazer projeções de ganhos e de gastos, além de emitir relatórios completos com gráficos e ter uma visão geral do financeiro da empresa. Nesse ponto, é possível contratar um profissional especializado em gestão financeira para analisar a empresa e sugerir melhorias, evitando desempregos e fechamentos”, conclui Jaquelini Costa.
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