São Paulo, SP--(
DINO - 30 abr, 2018) - Pesquisadores descobriram que pacientes com fibromialgia, bem como aqueles com dor abdominal ou nas costas, têm um risco maior de desenvolver depressão ou ansiedade. Além disso, aqueles que sofrem de doença mental parecem ter um risco aumentado de desenvolver dor, o que suporta um risco bidirecional entre as duas condições.
O estudo "Comorbidity between pain and mental illness - evidence of a bidirectional relationship" foi publicado no European Journal of Pain.
Os pesquisadores realizaram uma análise populacional usando registros da Skåne Healthcare, que detém todas as consultas de cuidados de saúde na atenção primária, atendimento ambulatorial especializado e internação que ocorreram na região de Skåne, na Suécia, no período de 2007-2016. "A região detém 13% da população nacional e corresponde demograficamente a toda a Suécia", escreveram.
Os dados foram usados para entender se pacientes com fibromialgia ou outros tipos de dor (limitados a dorsalgia, dor decorrente da coluna vertebral, ou dor abdominal) têm um risco aumentado de desenvolver doenças mentais, em especial depressão ou ansiedade, em comparação com o resto da população. Os pesquisadores também tentaram responder à questão oposta, ou seja, se os pacientes com doenças mentais têm um risco aumentado de desenvolver dor ou fibromialgia.
O estudo incluiu um total de 504.365 indivíduos com 18 anos ou mais sem história prévia de doença mental ou dor. A análise mostrou que os pacientes com dor sofrem maiores riscos de desenvolver doença mental em comparação com aqueles sem dor, e o oposto também é verdadeiro. Pacientes com doença mental também têm um risco maior de desenvolver dor no futuro em comparação com aqueles sem doença mental.
O aumento do risco foi detectado em pacientes com fibromialgia ou dor abdominal/nas costas. O risco de desenvolver doença mental após o desenvolvimento de dor foi maior do que o inverso (desenvolver dor após doença mental).
Pacientes com fibromialgia, no entanto, mostraram a tendência oposta, como o risco de desenvolver fibromialgia após doença mental foi encontrado para ser maior. No geral, "este estudo mostra uma influência bidirecional de magnitude similar de dor e doença mental, respectivamente.", escreveram pesquisadores.
Para o médico Marcus Yu Bin Pai, "o aumento do risco de se desenvolver doenças mentais foi mais expressivo em pacientes com fibromialgia ou lombalgia crônica. Este estudo reforça a importância de se tratar a dor crônica e também a saúde mental dos pacientes. Um foco em ambas as condições aumenta a probabilidade de melhores resultados".
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