São Paulo/SP--(
DINO - 29 mar, 2017) - Tal como a indústria, o varejo calçadista também considera positiva a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto que autoriza a terceirização de todas as atividades das empresas, que deve ser sancionado nos próximos dias pelo presidente Michel Temer.
O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Marcone Tavares, afirma que o principal benefício da regulamentação é a maior segurança jurídica para empresários e trabalhadores. Além disso, a medida oportuniza às lojas a especialização em atividades essenciais e a transferência a terceiros daquelas que são acessórias.
Atualmente, no varejo de calçados, poucas funções são executadas por empresas/trabalhadores terceirizados, como as de limpeza e de segurança. Mas, com a entrada em vigor da nova lei, a tendência é que outras atividades sejam terceirizadas, como a operação de estoque e a montagem de vitrines, por exemplo, áreas em que há empresas especializadas no mercado. As funções essenciais, como vendas, operação de caixa e análise de crédito, devem continuar sendo executadas por funcionários contratados pelas lojas para manter o controle sobre as mesmas e assegurar o seu desenvolvimento contínuo.
Marcone enfatiza que, diferentemente do que alguns dizem, o projeto aprovado não tira direitos consagrados na CLT e também estimula o empreendedorismo, pois funcionários terceirizados podem tornar-se fornecedores de serviços ao varejo de calçados e até mesmo abrir suas próprias lojas. O ingresso de novos investidores no setor e a abertura de novos pontos de vendas são essenciais à oferta de novas opções de escolha aos consumidores e ao crescimento da economia.
"É o início de uma nova etapa nas relações de trabalho também no varejo de calçados. As lojas, a partir de agora, podem concentrar-se naquilo que efetivamente contribui para o seu desempenho e a sua rentabilidade, qualificando os serviços aos clientes por meio de pessoal próprio e desenvolvendo as atividades secundárias através de empresas terceirizadas. Acreditamos que, alterada a forma de contratação e à medida que o consumo crescer, haverá aumento gradual do número de trabalhadores diretos e indiretos no varejo calçadista, que emprega cerca de 300 mil pessoas diretamente", finaliza.
Indústria calçadista
Se o varejo ainda pouco se vale da terceirização, a indústria de calçados convive há décadas com este sistema de administração da produção, em razão da agilidade e da eliminação de gargalos decorrentes de variedade de estilos. A terceirização de parte das atividades de manufatura de calçados é tão antiga quanto a própria indústria e foi adotada em função das características próprias do produto.
Website:
http://www.ablac.com.br/