(
DINO - 02 fev, 2016) - O aneurisma da aorta abdominal (AAA), uma dilatação do principal vaso sanguíneo do abdômen, é uma doença presente em até 8% da população masculina com idade superior a 65 anos, a mesma faixa etária que representa 3 entre 4 casos de câncer. Consequentemente, estima-se que as duas condições possam coexistir em até 14% dos pacientes, sendo um fator adicional de complicação para o tratamento global. Com a proposta de definir diretrizes terapêuticas para câncer e AAA e diminuir as taxas de mortalidade, pesquisadores do Departamento de Cirurgia Vascular do A.C.Camargo Cancer Center avaliaram, restrospectivamente, os procedimentos cirúrgicos aos quais pacientes oncológicos com AAA associado foram submetidos entre setembro de 2003 e setembro de 2013.
Os resultados foram publicados na edição de janeiro da revista científica Annals of Vascular Surgery, visando a validação da técnica mais indicada para cada caso. Foram inclusos 36 pacientes consecutivos no estudo. A maioria era do sexo masculino e o câncer de próstata foi o tumor mais comum. A cirurgia para correção de AAA foi realizada após o tratamento do câncer em 70% dos casos; antes do tratamento do câncer em 27% dos casos e, somente em um caso o tratamento foi concomitantemente.
Foram adotadas duas técnicas cirurgicas e ambas se mostraram eficazes. A cirurgia de correção de aneurisma endovascular (EVAR) foi utilizada em 70,4% dos casos e o reparo convencional aberto (OR) em 29,6%. Não houve intercorrências graves na maioria dos pacientes operados. O estudo também aponta que não houve casos de morte relacionados com a cirurgia de aneurisma.
Apesar da ocorrência concomitante de câncer e AAA ser um complicador para o prognóstico da doença, a sobrevida foi superior a 65% em três anos e 53% em cinco anos. "Não houve diferença estatisticamente significativa entre o EVAR e cirurgia aberta e a boa notícia é que estas duas técnicas não foram a causa de nenhuma morte. A mortalidade foi em decorrência unicamente da progressão do câncer", destaca o cirurgião vascular e autor principal do estudo, Guilherme Yazbek.
De acordo com Yazbek, os pacientes que apresentam câncer em associação com AAA recebem a indicação de uma ou outra técnica de acordo com a localização da lesão, o estadiamento do tumor, o diâmetro da dilatação na aorta e condições clínicas gerais de cada paciente. "É fundamental que a conduta seja individualizada, sendo tratada primeiramente a doença de maior gravidade. Em linhas gerais, o AAA é elegível para cirurgia quando o diâmetro do aneurisma excede 5,5 centímetros e aí, caso a caso, avaliamos se a melhor indicação é de cirurgia minimamente invasiva, a EVAR ou cirurgia aberta, a OR", explica o cirurgião vascular.
Na maioria dos casos, o AAA não apresenta sintomas e são de crescimento lento. Muitos não chegam ao ponto de romper, enquanto outros aumentam mais rapidamente. Quando o aneurisma de aorta abdominal se expande é possível que o paciente apresente dor no meio ou na parte inferior do estômago, dor na parte baixa das costas, ou no peito. Na maioria dos casos, o AAA é identificado durante exames médicos de rotina. O grupo de risco para desenvolvimento de AAA é composto por pacientes acima de 50 anos que são fumantes ou ex-fumantes e com história pessoal de artérias obstruídas (aterosclerose), pressão arterial alta (hipertensão), histórico familiar (fatores genéticos) ou colesterol alto (hipercolesterolemia).
O estudo, intitulado Treatment of abdominal aortic aneurysms in cancer patients, contou também com as participações dos cirurgiões vasculares Kenji Nishinari, Mariana Krutman, Nelson Wolosker, Guilherme Bomfim, Bruno Soriano, Igor Fonseca, Rafael Cavalcante e Marcelo Teivelis.
Facebook:
http://www.facebook.com/accamargocancercenterTwitter:
http://www.twitter.com/haccamargoGoogle+:
https://plus.google.com/+ACCamargoCancerCenterYoutube:
http://www.youtube.com/accamargovideosLinkedIn:
http://www.linkedin.com/company/accamargoInstagram:
https://instagram.com/accamargocancercenter/ MAIS INFORMAÇÕES À IMPRENSA ? A.C.Camargo Cancer Center:
.Comunique
Moura Leite Netto ? Mtb 44.949 -
moura@comunique.srv.br Fone: 99733-5588 (vivo) e 98469-0088 (tim)
Website:
http://www.annalsofvascularsurgery.com/article/S0890-5096(15)00771-2/abstract