São Paulo--(
DINO - 11 set, 2018) - Jovens das gerações Y e Z buscam segurança, mobilidade e conectividade, mostra pesquisa
As gerações Y e Z, que abrangem os jovens de 18 a 32 anos, usam a internet de modo menos intensivo do que podemos imaginar, em uma cultura de mídia e não como ferramenta transacional, valorizam a mobilidade e as questões sociais de maneira geral, mas têm uma visão cética e imatura do mundo corporativo. Esse é um dos recortes do estudo "Jovens Transformadores", realizado pelo Centro de Inteligência Padrão (CIP), em parceria com a MindMiners, empresa de tecnologia especializada em soluções digitais de pesquisa. Foram entrevistados 1,2 mil jovens em todas as regiões do País.
"Estamos diante de duas gerações que apresentam contradições em sua gênese", diz Jacques Meir, diretor executivo de Conhecimento do CIP. "Elas têm uma vontade de mudança latente, mas estão muito sem esperança e descrentes do futuro". Esses jovens buscam segurança, mobilidade e conectividade, nesta ordem de importância. Quando questionados sobre o quão importante é possuir determinado bem, a casa aparece em primeiro lugar para 94%, os planos de saúde foram apontados por 87% também como importante. No quesito mobilidade, 90% citaram o smartphone como um bem muito importante, seguido pelo notebook (79%) e carro (74%) .
HÁBITOS DE CONSUMO X INTERNET
A pesquisa mostra que as gerações e Y e Z são muito conectadas. Entre esses jovens (até 25 anos) há os nativos digitais, mas o uso da internet se dá como mídia e em efeito de rede. Isso se comprova pelo alto consumo de vídeos e de opiniões de parentes e amigos na tomada de decisões. Mas o uso da rede nas possibilidades mais transacionais ainda não está disseminado. "Nossa cultura voltada para a tela de TV transplantou esse hábito para as outras telas, razão pela qual há muitos youtubers nacionais que atuam em nichos de mercado", explica Meir.
Dos entrevistados, 47% informaram que usam internet banking, mas 35% ainda não utilizam o celular para essas transações financeiras e 39% não se sentem confortáveis em disponibilizar os dados pessoais de cartão de crédito para sites de e-commerce. "É preciso considerar que a geração Y é composta por jovens que alcançaram uma vida adulta tardiamente e que a geração Z ainda é muito dependente de seus pais/responsáveis. Por isso, seu comportamento no que se refere a compras e relacionamento com bancos precisa ser avaliado com cautela", afirma Danielle Almeida, gerente de marketing da MindMiners, empresa responsável pelo projeto de pesquisa. "A geração Y viveu a transformação digital, mas a geração Z já nasceu nesse mundo. Acredito que eles promoverão muitas mudanças nesse sentido", afirma.
Os jovens gastam tempo navegando, mas apenas consumindo informação. É curioso notar que 48% admitem que o tempo que passam na internet diariamente é excessivo.
A maioria não utiliza aplicativos de relacionamento e não tem o hábito de postar imagens e textos sobre a vida pessoal (48%) e ainda preferem ler um livro impresso (65%) a um livro digital. Na hora de realizar uma compra, eles são influenciados por consumidores reais (56%) e apenas uma minoria (8%) pelos influenciadores digitais.
Os jovens têm uma relação típica do pós-consumidor: 61% preferem consultar o celular ao vendedor da loja. Mesmo sabendo que vão adquirir o produto na loja física, 79% fazem pesquisa em sites e redes sociais. A maioria dos jovens entrevistados (75%) busca serviços que facilitem e agilizem o ato da compra. Bolsas, sapatos e acessórios de grifes internacionais não são vistos como importante para 65%. Relógios de luxo e joias não são importantes para 74%.
Os jovens se mostram pessimistas e não se identificam com a vida profissional que levam. Quase metade (43%) disse estar insatisfeita com o trabalho atual e gostaria de atuar em um negócio próprio ou partir para o empreendedorismo, mas não se consideram empreendedores, 35% se mostraram indiferentes e 25% responderam que não querem empreender. Os jovens buscam empresas inclusivas, que incentivam a geração de ideias e melhorias (56%), que permitem a comunicação aberta e transparente entre as pessoas (45%) e com políticas de igualdade e inclusão (38%).
Para 56% a empresa ideal para se trabalhar é aquela onde há equidade de salário entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo. Mais da metade, 60%, gostaria de trabalhar numa empresa na qual se discute de forma ampla a questão de discriminação por gênero no ambiente de trabalho e uma grande maioria, 73%, disseram preferir trabalhar em empresas com políticas de inclusão social.
Sobre a atuação ética das empresas, mais da metade dos entrevistados (54%) se declarou neutro. A maioria, 83%, considera as empresas importantes para a sociedade, porém apenas 25% acreditam que as empresas estão comprometidas em melhorar a sociedade, e na visão de 55% o único interesse delas é fazer dinheiro.
Website:
https://centrodeinteligenciapadrao.com.br/