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DINO - 17 set, 2015) - A Ameresp (Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo), em parceria com a ANMR (Associação Nacional de Médicos Residentes), estão mobilizando diversos médicos residentes para doação de sangue nos hemocentros do estado de São Paulo, nesta quinta (17). A ação acontece das 7h às 16h na capital paulista, Santos, Taubaté e Limeira.
O ato é parte do protesto do Movimento Nacional de Valorização da Residência Médica lançado pela ANMR no dia 27 de agosto, durante o VI Fórum Nacional de Ensino Médico realizado pelo Conselho Federal de Medicina, no qual ficou estabelecido que cerca de 30 mil médicos residentes do SUS paralisação suas atividades a partir do dia 24 de setembro.
"Os médicos residentes já dão o sangue todos os dias para atender da melhor forma a população, só que infelizmente não contamos com as condições ideais para realizar um trabalho mais digno aos pacientes. Sendo assim, resolvemos simbolizar nossa rotina fazendo esse manifesto", comenta Diego Garcia, presidente da Ameresp.
Nos municípios de São Paulo e Limeira, a doação acontece no Hemocentro da Santa Casa. Na capital, o ato acontece também nas diversas unidades da Fundação Pró-Sangue, incluindo o maior hemocentro, no Hospital das Clínicas. Em Santos, o movimento será realizado no Hospital Guilherme Álvaro. Já em Taubaté, a ação ocorre no Hospital Universitário.
Paralisação dos Médicos Residentes
Após a promulgação da Lei do Mais Médicos nº 12.871, de 2013, a residência médica passou por transformações que comprometem profundamente sua qualidade. A situação se agrava a cada dia quando se associa ao desmanche político da residência médica com o corte de verbas do SUS.
As pautas e objetivos do Movimento Nacional de Valorização da Residência Médica são:
1) Aumento da representação das entidades médicas na composição da CNRM e fim da câmara recursal, o que restabelecerá um espaço democrático para discussão e deliberação da residência médica;
2) Fiscalização imediata de todos os programas de residência do país para garantir a qualidade destes, antes da abertura de novas vagas. A fiscalização deverá ser realizada por médico de especialidade correspondente ao programa e representante dos médicos residentes, afinal, se há programas que hoje já estão em condições precárias, é necessário melhorá-las antes de se abrirem novas vagas;
3) Revisão completa do texto do Decreto nº 8.497, de 4 de agosto de 2015, para garantir que a Residência Médica permaneça como padrão ouro de formação de especialistas, assegurando que o especialista seja bem formado para atender a população brasileira no SUS;
4) Levantamento dos cortes orçamentários e suspensão destes em todos os serviços (hospitais, unidades básicas de saúde etc.) em que atuam médicos residentes, pois a falta de orçamento reduz gravemente a quantidade e a qualidade do atendimento à população do SUS;
5) Plano de carreira e de valorização para os Médicos Preceptores, com inclusão de remuneração adequada, desenvolvimento continuado e tempo exclusivo para atividades didáticas, para que possam ensinar melhor os futuros profissionais que atenderão a população no SUS;
6) Plano de carreira nacional para médicos do SUS com garantia de remuneração adequada, progressão de carreira, desenvolvimento profissional e educação continuada, aumentando a chance de fixar médicos nos locais de pouco acesso da população à saúde no SUS;
7) Fim imediato da carência de 10 meses para que médicos residentes possam usufruir de seus direitos junto ao INSS.