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DINO - 20 ago, 2018) - Diz o ditado que a morte é a única certeza da vida. Mesmo assim, poucos se preparam para esta situação e acabam se assustando com os preços na hora de enterrar um ente querido. Por mais que ninguém goste de pensar nisso, morrer custa dinheiro - o que faz com que cemitérios e funerárias ofereçam serviços destinados às classes C e D. No Brasil, o custo médio de um enterro é de R$ 2,5 mil, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif). Em São Paulo, o valor mínimo para um funeral básico é de R$ 744,21, mas os custos podem ultrapassar R$ 24 mil dependendo do caixão, dos enfeites florais, mesa de condolência, véu e velas. Em tempo de crise econômica, esses valores assustam as camadas mais populares da sociedade. Para atender esse público, que corresponde a três quartos da população brasileira, as empresas do setor desenvolveram diversas soluções com preços mais em conta, como os planos familiares mensais."Pensar em modelos de negócios que não oscilariam com a crise econômica foi um fator crucial para que déssemos os primeiros passos ao fundar o Colina dos Ipês", afirma João Paulo, Diretor Comercial do Cemitério Colina dos Ipês. "Mesmo assim, um dos nossos maiores desafios foi entregar um serviço acessível a todas as classes da região do Alto Tietê e Zona Leste de São Paulo".A empresa, localizada em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, é um exemplo disso. Atualmente possui mais de 70 mil vidas associadas, principalmente com a venda de planos funerários para as classes C e D. A média de sepultamentos no local é de 80 pessoas por mês, atendendo principalmente a região extrema da Zona Leste de São Paulo. Com o foco nas classes populares, o cemitério, fundado em 2002, conseguiu crescer dentro deste segmento. A estimativa de faturamento é de R$ 10 milhões até o fim de 2018, com um crescimento médio de 20% ao ano. O setor funerário como um todo também está em crescimento no Brasil. De acordo com estimativa do Sindicato dos Cemitérios Particulares do Brasil (Sincep), o mercado obteve um faturamento de R$ 7 bilhões nos últimos anos e emprega de forma direta mais de 50 mil pessoas. É um serviço constante: apenas na cidade de São Paulo a média é de 200 óbitos por dia, enquanto que no país chega a 3500 diariamente, de acordo com a Estatística de Registro Civil, do IBGE. De pai para filho A criação do Cemitério Colina dos Ipês é fruto da iniciativa do empreendedor João Lopes de Oliveira. Natural de Itaguajé, no Paraná, ele também morou em Presidente Prudente, região centro-oeste do estado de São Paulo, antes de se estabelecer na capital paulista.Na cidade, ele trabalhou em uma loja de calçados e fez carreira como instalador de telefone. Abriu sua própria empresa para vender linhas telefônicas, a Jotel, mas precisou encerrar o negócio durante a privatização das telecomunicações, na virada do século. Chegou a ter mais de 15 empresas nos mais diversos segmentos, como souvenir, transportadora, material de construção e motel, até ter um insight: trabalhar em algo que sempre tem demanda. Foi o ponto de partida para adquirir um terreno de 90 mil m² em Suzano e dar início ao Cemitério Colina dos Ipês em 2002. "A nossa experiência com os mais diversos setores do mercado, nos proporcionou insights para o nosso negócio, enxergamos um futuro promissor para os serviços de death care dentro do Brasil", conclui João Lopes.