São Paulo--(
DINO - 24 mai, 2018) - Há uma mudança em curso. As pessoas passam a pensar mais na qualidade de vida, no ambiente e na sociedade em que vivem, o que se torna determinante na forma como encaram a vida profissional e como consomem. Grandes corporações que compreenderam este movimento passam a valorizar mais a Geração de Valor Compartilhado do que os resultados financeiros no curto prazo e, por incrível que pareça, têm elevado sua prosperidade. O momento é de redefinição das fronteiras do Capitalismo, com o fim da visão estreita da geração de valor às custas da sociedade. Esta é a próxima grande transformação do pensamento administrativo e que impacta diretamente a gestão de pessoas.Enquanto se consolida nas economias desenvolvidas, essa nova onda permanece distante da realidade brasileira. Casos de corrupção resultantes da busca de lucro a qualquer custo sempre estão em destaque na mídia. Por outro lado, cresce um sentimento de desprezo por empresas que não levam em consideração o bem-estar de clientes e da sociedade e isso comprometerá os resultados financeiros destas organizações.O enfoque dos negócios deverá ser a Criação de Valor Compartilhado, a qual busca identificar e ampliar o elo entre progresso social e progresso econômico. Assim, as práticas operacionais que aumentam a competitividade de uma empresa devem também melhorar as condições socioeconômicas das comunidades onde ela atua. Ainda pouco observada no Brasil, essa é uma premissa óbvia. São as necessidades da sociedade que definem o mercado. Exemplo disso são as deficiências do sistema educacional, que, para as organizações, acabam por se transformar em custos, por conta da necessidade de treinamento e capacitação de colaboradores. Enfrentar os problemas sociais faz com que o mercado a produtividade cresçam.Cada vez mais empresas vêm adotando esta visão destacada por Michael E. Porter e Mark R. Kramer. São nomes como GE, Google, IBM, Intel, Johnson & Johnson, Nestlé, Unilever e Walmart. Ao invés de fabricarem demanda, partem da pergunta "esse produto é bom para nossos clientes ou para os clientes dos nossos clientes?" O seu ponto de partida é identificar as necessidades, benefícios e mazelas sociais que estão ou poderiam estar associadas aos produtos da empresa.A sustentabilidade também impulsiona o crescimento de empresas, fornecendo soluções para alguns dos mais complexos desafios do mundo. A Criação de Valor Compartilhado envolverá novas e avançadas formas de colaboração, exigirá métricas concretas e customizadas para cada unidade de negócios. Dessa forma, irá reconectar o sucesso da empresa ao sucesso da comunidade. Este é o próximo estágio da compreensão de mercados, concorrência e administração de empresas.Susana Falchi é CEO da HSD Consultoria em RH