Releases 30/05/2016 - 11:28

Gestão de risco eficiente é aquela que possui "framework", aponta especialista


Campinas - SP--(DINO - 30 mai, 2016) -
A corrupção no Brasil segue conquistando espaço diário na mídia. As denúncias que começaram em 2005 com o escândalo do mensalão, e vem se desenrolando até a operação Lava Jato, colocaram muitas empresas e seus principais executivos como réus em diversos processos. E, ao que tudo indica, abriram um novo capítulo na história da gestão de riscos e compliance das organizações.

Executivos do CEO Insights se reuniram ontem em Campinas para o 16º encontro do grupo. Em pauta estavam assuntos relacionados à responsabilidade da alta administração nestas questões. Na ocasião, o professor Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, doutor em Ciência e Engenharia da Informação e Inteligência Estratégica, pela Universidade de Paris, explicou que um dos principais problemas é a falta de "framework". "Falta uma única estrutura de gestão de riscos. Cada departamento usa suas próprias políticas e metodologias, com matrizes de risco diferentes e é preciso mudar isso", disse.

Para ele, a alta administração tem papel decisório nas questões relacionadas a riscos, fraudes e corrupção. "Os senhores são o topo da pirâmide e são as pessoas que devem ter as informações nas mãos para tomadas de decisões. A identificação dos riscos deve ser feita por todas as áreas da organização que repassam aos líderes as informações consolidadas, seja por meio de matriz de risco ou outra ferramenta, mas que sejam informações de qualidade".

Brasiliano destacou que a antecipação é um dos fatores fundamentais para eficiência e que existem duas qualidades essenciais para a gestão de riscos. "São necessárias interpretação e inteligência para analisar os problemas que forem identificados e que impactam diretamente nos objetivos estratégicos da empresa", afirmou.

O fórum mundial Global Risk Report, de 2007, identificou as atitudes de negação e minimização da realidade como sérios empecilhos nas empresas. O especialista explicou que há uma corrente de positividade que conota negativamente a palavra risco, ignorando a importância ou invertendo o sentido dela, que atrapalha a eficiência do processo e elencou os desafios do gestor de riscos corporativos. "É necessária abrangência das disciplinas da gestão de riscos e diversidade, integração das disciplinas, como visão holística, metodologia, ferramentas e técnicas, além de fazer com que os gestores da empresa sejam participantes ativos da GRC, a Governança, Riscos e Conformidade", finalizou.

O diretor da Racional Energy, João Godoy Sobrinho, de Itapira, classificou a participação no evento como muito satisfatória. Ele disse que estar atualizado com relação às práticas legais e modernizações são importantes para o bom desempenho dos negócios. "É preciso estar alerta com relação às configurações de corrupção e as famosas propinas, porque hoje em dia os presidentes e executivos também são responsabilizados por situações como estas", alertou.