Releases 24/07/2018 - 13:46

Mais de R$ 50 milhões poderiam ser compensados por brasileiros que não buscam seus direitos


São Paulo--(DINO - 24 jul, 2018) -
Os primeiros seis meses de viagens aéreas de 2018, encabeçados por uma metade de ano caótica, com muitos atrasos, causaram um grande aumento nos voos elegíveis para compensação. A quantia em muitos países duplicou e até triplicou em comparação com os primeiros seis meses de 2017.

No Brasil, os passageiros podem pedir como compensação para a AirHelp mais de R$ 50 milhões somente durante o primeiro semestre de 2018. Este valor é quase R$ 16 milhões a mais do que poderia ser requisitado no mesmo período de 2017. São mais de 18.630 passageiros afetados.

Esse aumento maciço do número de pedidos de compensação por interrupções em voos deve-se a muitos fatores diferentes, com um deles sendo a decisão do TJCE (Tribunal de Justiça da União Europeia) do início deste ano que estabelece que as greves dos funcionários das companhias aéreas não podem mais ser consideradas como uma circunstância extraordinária que as isentaria de sua obrigação legal de compensar os passageiros, e que as companhias aéreas devem ser responsabilizadas pelas paralisações. Houve também decisões favoráveis que protegem os direitos dos passageiros em relação a conexões perdidas.

Com tudo isso em vista, no início de junho, a Associação Internacional de Transporte Aéreo reduziu sua previsão de lucro em 2018 em 12%, e culpa os custos crescentes de combustível e mão de obra. As transportadoras aéreas, incluindo a American Airlines, a Delta ou a United, já anunciam que os passageiros devem se preparar para preços mais altos nas passagens.

Falta de pessoal

Como se isso não bastasse, a indústria carece de novos pilotos. Companhias aéreas como a Emirates e a Qantas Airways estão focando na contratação devido à falta de comandantes de voo na indústria. Portanto, ambas as empresas têm que concentrar cada vez mais seus esforços em usar seus aviões com a frequência que planejam, devido a atrasos no recrutamento e treinamento de novos funcionários. A Boeing estima que a demanda seja de mais 637.000 pilotos nos próximos 20 anos.

Enquanto isso, os sindicatos de trabalhadores ao redor do mundo continuam pressionando as aéreas por mais benefícios. Os pilotos da Ryanair estão se reunindo por toda a Europa, na esperança de lutar por melhores condições de trabalho, e os pilotos da Air France também visam aumento em seus salários. Como argumentado pelas companhias aéreas, este é outro fator significativo para o aumento dos custos de viagem.

Overtourism

Há uma terceira razão pela qual nossos sonhos de férias podem se transformar em um pesadelo: a demanda historicamente alta por viagens nas férias - fenômeno conhecido como “overtourism”. Com cada vez mais pessoas viajando os 10 principais destinos do mundo (que hoje abrigam 46% das chegadas internacionais) no espaço de apenas 3 anos terão que acomodar mais 70 milhões de turistas.

Então, além dos preços dos combustíveis aumentando e o número de pilotos baixo, o setor enfrenta mais uma questão importante - a capacidade insuficiente dos aeroportos, o que pode levar a um aumento significativo nas interrupções de voos.