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DINO - 07 mar, 2018) - As cirurgias robóticas batem recorde no Brasil, que, atualmente, possui mais de 30 robôs operando na rede pública e privada, o dobro de equipamentos disponíveis no país em 2015. Além de ser menos invasivo, o método pode reduzir o tempo de internação e, o principal, é uma ferramenta a mais para casos mais complexos como pacientes muito pesados ou que já tenham passado por uma cirurgia bariátrica anterior e tiveram recidiva da obesidade."Os avanços tecnológicos da medicina, como a cirurgia robótica, ampliaram as alternativas de tratamento e cura de pacientes graves. A tecnologia robótica viabiliza cirurgias que antes eram feitas com muita dificuldade, demoradas e com altas taxas de complicações e que hoje são realizadas com muito mais segurança, precisão e menos trauma para o paciente", afirma Fernando de Barros, coordenador de Cirurgia Robótica do Hospital São Lucas Copacabana, que há um ano inaugurou o Serviço de Cirurgia Robótica e já realizou mais de 240 procedimentos no período. Como é o caso da paciente Maria Angélica Balbino, 30 anos, obesa grau III, diabética, portadora de dislipidemia e doenças articulares graves apesar da idade. Há 14 anos, ela foi submetida a uma cirurgia bariátrica pelo método convencional, ou seja, cirurgia aberta em que o médico realizava uma incisão no abdome e fazia todo o procedimento manualmente. Devido a alguns aspectos técnicos, após anos ela iniciou um quadro grave de refluxo, azia e dor abdominal. Além disso, voltou a ganhar peso, acumulando novos 60 quilos e a tomar remédios para o diabetes, para baixar o colesterol e analgésicos potentes para dores articulares nos membros inferiores. Pelos riscos e dificuldades, Angélica foi indicada para um novo procedimento cirúrgico, desta vez com a ajuda do robô. A cirurgia foi bem-sucedida, os sintomas passaram e ela já eliminou 21 kg em três meses. Segundo Fernando de Barros, médico que operou a paciente, esse é um caso extremamente delicado. "Casos de reoperação requerem ainda mais cautela e precisão, pois já possuem complicações associadas como múltiplas aderências e imprevisibilidades. Graças à plataforma robótica é possível operar esses casos com altíssima qualidade e segurança, transformando o procedimento inicial a uma outra cirurgia bariátrica que corrigisse problemas anatômicos que causavam os sintomas dispépticos e provavelmente a levaram a recidivar a doença da obesidade." Outros casos de alta complexidade que também se tornaram viáveis e seguros com a cirurgia robótica são os procedimentos realizados em pacientes superobesos, ou seja, aqueles com Índice de Massa Corpórea (IMC) maior que 50, isto é, pacientes que podem pesar até 250 kg como é o caso de Ricardo Junior de 35 anos que iniciou o tratamento com 271 quilos. "As pinças robóticas dão ao cirurgião melhor acesso nesse tipo de paciente, com maior profundidade devido à visão em 3D e permitem movimentos finos, delicados e precisos nesses casos desafiadores de pacientes com doença da obesidade muito avançada, o que é extremamente desafiador pelos outros métodos", explica Fernando de Barros.