Sorocaba, SP--(
DINO - 06 abr, 2016) - Ainda pouco difundida, a cirurgia oncoplástica tem revolucionado as cirurgias de tratamento do câncer de mama. A intervenção consiste no tratamento cirúrgico dos tumores da mama (remoção do tumor com margens cirúrgicas, avaliação de linfonodos axilares) e, na mesma cirurgia, a reconstrução da mama com o uso de técnicas da cirurgia plástica. Mas não somente isso, a outra mama também poderá ser operada para preservar a simetria dos seios.
Dependendo do tamanho da mama e do tumor, o procedimento pode requerer a mastectomia (ressecção completa) - seguida imediatamente pela cirurgia de reconstrução ? ou a quadrantectomia (retirada de parte da mama). O objetivo é que a paciente saia da sala de cirurgia já com as duas mamas reconstruídas (podendo-se para isso utilizar-se até de implantes mamários), diminuindo assim o trauma emocional da cirurgia.
"No passado a cirurgia câncer de mama já foi muito mutiladora e de efeitos emocionais avassaladores. Com a evolução da quimioterapia e radioterapia houve diminuição progressiva no tamanho das cirurgias (porções menores podem ser retiradas sem afetar o resultado do tratamento). Assim, a cirurgia para tratamento do câncer de mama diminui de porte, isto é, cada vez menos há necessidade de se retirar toda a mama. A cirurgia oncoplástica, contudo, é um passo a frente e busca, através da reconstrução mamária, preservar também a saúde mental e socioafetiva da paciente. Estudos comprovam que a evolução pós-operatória está diretamente ligada ao quadro psicológico da pessoa", explica o médico mastologista, Gilson Stevão, o primeiro médico mastologista a realizar totalmente o procedimento em Sorocaba, em dezembro do ano passado. Já houve contudo cirurgias realizadas combinadamente por mastologistas em conjunto com equipe de cirurgia plástica.
A termo Oncoplastia foi cunhado inicialmente na década de 90, a partir de cirurgias realizadas pelo cirurgião alemão Werner Audretsch. De lá para cá, o método foi alvo de uma série de questionamentos por parte da classe médica - acreditou-se por muito tempo que a reconstrução mamária imediata e até mesmo que o uso de implantes na reconstrução mamária poderiam "mascarar" possíveis recidivas de câncer de mama ou até mesmo favorecer seu desenvolvimento.