Sociedade Paranaense de Pediatria - Curitiba (PR)--(
DINO - 23 ago, 2016) - Pediatras paranaenses realizam, esta semana, intensa ofensiva contra o tabagismo. A série de atividades é uma promoção da Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP), com a parceria de órgãos de Governo, entidades médicas e a iniciativa privada.
Um dos principais motes é o de proteger a saúde dos nossos filhos contra os malefícios do cigarro. Alertar que, mais de 90% dos dependentes adquirem o vício e as suas graves consequências na infância e adolescência.
A programação tem o seu ponto alto no sábado (27), com palestras, atividades práticas e outras atrações junto a pediatras, profissionais em saúde, em educação, pais e adolescentes.
A preocupação justifica-se: pesquisas revelam que de 80% a 90% dos casos da dependência ao cigarro, o consumo ocorre na adolescência, dos 13 aos 15 anos. Quanto mais precoce e prolongada a exposição ao tabaco, piores são suas consequências a longo prazo. No entanto, esses efeitos perigosos do tabagismo não são percebidos precocemente, pois começam a ser sentidos mais tarde.
Movido pela curiosidade, pelo desejo de autoafirmação e de ser aceito pelo grupo ao qual pertence, o jovem é seduzido a iniciar o hábito de fumar. A nicotina presente no cigarro, por sua vez, leva à dependência química, que traz consigo alterações de humor como depressão e ansiedade. Resulta em transtornos tais como o déficit de atenção e hiperatividade, transtornos de conduta, dificuldades de aprendizagem e distúrbios do sono.
A exposição ao tabaco (nas formas ativa e passiva) está relacionada a diversas doenças. Entre elas, as pulmonares, não só as pneumonias, mas a asma brônquica, que tem o tabagismo como um fator de risco evitável. O fato é que, os pulmões das crianças, quando expostas em uma etapa de desenvolvimento pulmonar, podem sofrer alterações importantes que repercutirão mais tarde na saúde respiratória das pessoas.
Há, ainda, relação causal entre o fumo passivo e infecções, maior gravidade para a ocorrência de alergias e, de forma potencial, doenças cardiovasculares, doença obstrutiva crônica, enfisema, bronquite crônica, hipertensão e diversas formas de câncer.
Ser fumante passivo pode ser ainda pior do que fumante ativo, dependendo da frequência com que o fumante passivo se expõe à fumaça do cigarro e da concentração da mesma no ambiente. Os prejuízos do fumo passivo estão muito próximos aos do fumo ativo, porém, em menor grau, uma vez que a exposição é geralmente menor.
Para uma criança não ser prejudicada em ambientes nos quais os pais fumam, ela deveria ficar a pelo menos 15 metros de um fumante (em ambiente aberto). Sabe-se que a fumaça, que sai da ponta do cigarro, contém as mesmas substâncias tóxicas inaladas pelo fumante ativo, só que numa concentração muito maior, uma vez que não é filtrada. Além disso, o fumante passivo também inala a fumaça expelida por quem está fumando.
O uso de narguilés por adolescentes também integra a programação do evento promovido pela SPP. Narguilés se constituem em um instrumento para uso do tabaco, o seu uso representa um maior risco pela quantidade de fumaça inalada em uma sessão, que pode ser superior a fumar vários cigarros. Além de que o uso compartilhado de um bocal pode transmitir vírus e bactérias.
Website:
http://www.spp.org.br/