Releases 04/06/2025 - 10:35

"Nosso compromisso é tornar a mobilidade sustentável e acessível para todos"


Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul, detalha os investimentos bilionários da montadora no Brasil e reforça o protagonismo do País na transição energética do setor automotivo.

Com presença consolidada no Brasil e líder do mercado automotivo na América do Sul, a Stellantis agora pretende moldar o futuro da mobilidade. Para isso, a companhia anunciou um investimento recorde de R$ 32 bilhões até 2030 - o maior já feito pela indústria automotiva na região. O plano inclui o lançamento de 40 novos produtos, oito powertrains e o avanço de tecnologias como a Bio-Hybrid, pensada para tornar a transição energética viável e acessível em mercados como o brasileiro. O presidente da Stellantis para a América do Sul, EmanueleCappellano, fala sobre a estratégia da empresa para consolidar o País como referência global em mobilidade sustentável.

Qual é a visão de futuro que justifica esse investimento tão ousado no Brasil?

Com esse investimento, a Stellantis assume posição de vanguarda para tecnologia segura, sustentável e acessível, guiando os próximos passos da indústria automotiva no Brasil e na região. Atualmente temos uma participação de mercado de 30,4% no País e, no ano passado, vendemos mais de 734 mil carros na região. Esses números mostram a força da nossa atuação, mas também nos coloca uma responsabilidade. Cientes de que o setor automotivo está evoluindo para tecnologias mais sustentáveis, precisamos garantir que os produtos sejam acessíveis aos consumidores em diferentes faixas do mercado.

Um dos pilares dessa transformação é a tecnologia Bio-Hybrid, com diferentes níveis de hibridização, inclusive 100% elétrica. Essa diversidade tecnológica busca dialogar com o perfil do consumidor brasileiro?

Sim. Apostamos em uma matriz múltipla de propulsão, com motores a combustão flex mais eficientes, híbridos e elétricos. A tecnologia Bio-Hybrid será aplicada em várias marcas do grupo e traz quatro níveis. Nosso objetivo é tornar a inovação realmente acessível. Exemplo disso são os modelos Fiat Fastback e Pulse híbridos, já lançados com essa tecnologia. Em breve, também lançaremos o primeiro híbrido produzido no Polo de Goiana, com investimento de R$ 13 bilhões e seis novos modelos previstos até 2030.

Além da propulsão, a Stellantis também mira a descarbonização da cadeia produtiva. O que isso significa na prática?

A Stellantis entende que o processo de redução das emissões de CO2 ocorrerá desde a frota até a manufatura. A redução virá tanto dos produtos (45%) quanto da cadeia produtiva (55%) - como manufatura, logística e infraestrutura. Nosso projeto de carbono zero envolve toda a cadeia: fornecedores, concessionárias e consumidores. Ao fim do ciclo de uso, promovemos reúso, remanufatura e reciclagem. A economia circular é fundamental para atingir a nossa meta de zerar as emissões líquidas.

Como a joint venture com a Leapmotor se encaixa nessa estratégia?

É um passo importante. A joint-venture Stellantis International vai distribuir os produtos da Leapmotor fora da China. A Stellantis tem capilaridade e estrutura para viabilizar esse movimento na América do Sul. Já anunciamos que o primeiro modelo será o SUV C10, com vendas iniciando neste ano. Em seguida, virá o B10, outro SUV que concorrerá entre modelos médios e grandes eletrificados. São produtos pensados para os consumidores da região.

Vocês também criaram o TechMobility em Betim (MG) e um novo hub de picapes. Qual o impacto desses investimentos no Brasil?

Para apoiar todos os esforços da Stellantis e as aplicações da tecnologia Bio-Hybrid, inauguramos esse centro, que é o maior em desenvolvimento de produto e mobilidade híbrida-flex da América Latina. Serão 400 novos engenheiros contratados para desenvolver motores e soluções de eletrificação. Em Córdoba, na Argentina, inauguramos o novo Hub de Picapes com a produção da Fiat Titano, primeira de uma nova família. Serão gerados 1.800 empregos, metade deles para mulheres. O projeto também inclui o desenvolvimento local do motor MultiJet 2.2, que equipará veículos da empresa a partir de 2027.

Como a Stellantis enxerga o papel do Brasil no futuro da mobilidade global?

Cada região definirá sua própria estratégia de descarbonização. No Brasil, o etanol é um diferencial competitivo. Quando comparado à gasolina, reduz em mais de 60% as emissões. Em relação a veículos elétricos abastecidos com energia europeia, o etanol ainda emite 18% menos CO2. Por isso, apostamos na rota híbrido-flex como solução de transição: é socialmente justa, economicamente viável e ambientalmente eficaz. A tecnologia Bio-Hybrid foi desenvolvida para isso, e chegará ao mercado gradativamente, impulsionada pelo maior ciclo de investimentos da história da indústria automotiva no Brasil.