Goiânia, GO--(
DINO - 03 jun, 2016) - A relação íntima entre o sucesso dos indivíduos e seu desempenho escolar tem gerado cobranças severas sobre aqueles com dificuldades para aprender. O problema parece, assim, ser vinculado com muita frequência a uma questão de esforço, desconsiderando-se todos fatores intrínsecos e extrínsecos envolvidos no processo de aprendizagem. Esse cenário não só influencia negativamente no autoconceito da criança, o que gera profundo sofrimento, como também agrava o desempenho escolar.
Estima-se que as dificuldades de aprendizagem são capazes de atingir 50% dos alunos nos seis primeiros anos de escolaridade. A elevada incidência dessa estatística reforça a necessidade de lançarmos luz sobre as inúmeras variáveis escolares, familiares, psicológicas, neuropsicológicas e neurológicas envolvidas no processo de aprendizagem e nem sempre ligadas à competência do aprendiz.
As condições pedagógicas, socioeconômicas e familiares, dificuldades visuais e auditivas, existência de doenças crônicas como desnutrição e patologias endócrinas, timidez, ansiedade e problemas situacionais de impacto emocional podem ser fatores que colaboram para as dificuldades do aluno e devem ser investigadas.
Além disso, existem outras condições, de origens neurológicas e neurobiológicas, que podem justificar essas dificuldades, como deficiência mental, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dislexia, discalculia, disgrafia, transtornos de humor e de memória, entre outros. Situações que exigem avaliação e tratamento por uma equipe multidisciplinar.
Quando não elucidados esses fatores, o problema de aprendizagem parece estar relacionado apenas às capacidades individuais da criança, que exposta a situações vexatórias e de cobranças, vê em si mesma a única responsável por seu fracasso escolar. Como efeito, sentimentos de frustração, inferioridade, incompetência, vergonha, baixa autoestima, ansiedade agravam ainda mais o problema.
Assim, compreender os fatores envolvidos nas dificuldades de aprendizagem e sua repercussão no autoconceito da criança, favorece buscas mais assertivas de resolução ou minimização do problema, impedindo que feridas emocionais ocultas continuem a surgir em cada comportamento incompreensível do cálculo mal resolvido, da letra mal escrita e da frase mal lida.
Caroline Dias Braga é psicóloga, especialista em neuropsicologia, atua também como psicóloga clínica na abordagem cognitivo-comportamental. Tem experiência em transtorno alimentar, de aprendizagem, de ansiedade e em TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Há cerca de 4 anos, trabalha como psicóloga e neuropsicóloga no setor de internação do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), em Goiás, que é referência no atendimento a pessoas com necessidades especiais. Em seu consultório, atende como psicóloga e neuropsicóloga crianças, adolescentes adultos e idosos. Contato:
caroldiasbraga19@gmail.com | (062) 98410-8384.