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DINO - 18 fev, 2016) - Constante no dia-a-dia de muitos brasileiros, a rotina é a grande responsável pela automatização e pelo declínio da percepção, fatores que comprometem o rendimento de nossas atividades e que provocam o desequilíbrio em muitos aspectos de nossa vida. Os trabalhos da professora de psicologia Ellen Hanger, bem como do psicólogo Daniel Goleman, são cruciais para evitarmos o surgimento desses males em nosso cotidiano, e possibilitam um melhor entendimento para o termo conhecido como Mindfulness, abordado no evento HSM ExpoManagement e divulgado pelo site de notícias da revista Exame.
A Mindfulness, ou "consciência plena", é um estado interior alcançado através de técnicas que procuram reequilibrar a condição natural de nossa percepção, com práticas e exercícios simples, mas cruciais para o controle dos hábitos. Tomar
consciência desses hábitos é o primeiro passo para o controle interior, e os conselhos dos autores proporcionam meios indispensáveis para escaparmos da rotina e atingirmos a Mindfulness. O psicólogo e escritor Daniel Goleman ensina como aprimorar a concentração, através do seguinte exercício: com o corpo ereto, sentamos em uma posição confortável, e após fecharmos os olhos, dedicamos toda a atenção à respiração. Devemos tomar consciência dela, atentos ao ar que entra e sai de nossas narinas. O segredo é não deixarmos a mente divagar, retomando a atenção ao ato de respirar sempre que nossa mente disperse. Nosso cérebro, explica Goleman, é como um músculo, e como todo músculo, precisa de exercícios constantes. A técnica de respiração proporciona justamente o fortalecimento cerebral, corrigindo a tendência dispersiva de nossa mente e fortalecendo nossa capacidade de concentração. Segundo o autor, a palavra Foco abrange muitas coisas, dentre elas o ato de concentração. Concentração é conseguir estar atento a algo e ignorar todas as coisas ao seu redor, diferente, por exemplo, da presença aberta, que é dirigir a atenção para o momento presente em sua totalidade, como quando conversamos com alguém. A presença aberta exige, ao contrário da concentração, uma consciência mais panorâmica e receptiva, explica-nos o autor dos livros Inteligência Emocional e Foco.
Para Ellen Langer, professora de psicologia em Harvard e pioneira da
técnica Mindfulness, o segredo é enxergarmos as coisas sempre como novas, para além do óbvio condicionado pela rotina. O fato de acharmos que as conhecemos perfeitamente bem é o que provoca a perda de interesse e o relaxamento da atenção. A consciência plena só é possível quando visualizamos a realidade cotidiana em seu caráter de novidade, quando aprendemos os vários aspectos de tudo o que sempre julgamos comum ou familiar. Segundo a psicóloga, a realidade está em permanente mudança, o que mostra ser uma ilusão projetarmos nela a estabilidade e a rotina. Não esquecermos a novidade cotidiana faz com que nossa percepção esteja sempre presente, diminuindo as chances de perdermos uma possível oportunidade e, principalmente, evitando um desinteresse cego pelas coisas. Quando passamos a enxergar as coisas em sua diferença, de acordo com Ellen Langer, também potencializamos nossa criatividade. Até o erro passa a ser
positivo em muitos aspectos, tanto para o aprendizado quanto em sua possível utilização para outros fins. Podemos conhecer as perspectivas da realidade quando nossa mente está aberta, e em permanente disciplina nossa percepção.
Fonte:
Exame