São Paulo/SP--(
DINO - 03 ago, 2020) - Segundo maior exportador de commodities agropecuárias do mundo e quinto maior produtor de alimentos do planeta, o agronegócio brasileiro só tem razões para comemorar, mesmo em tempos de pandemia. O setor segue crescendo tanto em produtividade, quanto em representatividade no PIB do país.Se por um lado, principalmente devido à pandemia de Coronavírus, os economistas estimam uma queda de 5% no PIB, por outro, o segmento do agronegócio, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, calcula um crescimento da ordem de 2,4% para este ano - número a ser mais do que comemorado, uma vez que o setor representa hoje algo em torno de 21% do PIB brasileiro, participação que tem aumentado ano a ano.Esses resultados são frutos de trabalhos muito bem estruturados por décadas em laboratórios como a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), por exemplo, onde se desenvolvem sementes e insumos mais adequados para as peculiaridades do nosso território, a fim de melhorar não só a produtividade, mas também a qualidade do produto nacional.Diante de uma crise sanitária dessa proporção, a agricultura se mostra ainda mais essencial. Com a queda do consumo de bens e serviços mundo afora, o Brasil acabou se destacando como grande protagonista na oferta global de alimentos, devido também à safra recorde de soja deste ano, que deve ultrapassar 120 milhões de toneladas, alçando o país, novamente, ao posto de primeiro lugar no ranking de produtor mundial e elevando a 250,9 milhões de toneladas a safra total de grãos, no ciclo 2019/2020, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Beneficiado primeiramente pela qualidade de seus produtos e pela alta do dólar, o que torna nosso produto mais competitivo, a confiança no produto agrobrasileiro também é essencial para se estabelecer como parceiro de grandes compradores mundiais, como a China, que sozinha compra 31% da produção brasileira. Esse percentual corresponde à soma do que compram do Brasil, juntos, Estados Unidos, Argentina e União Europeia. Vale celebrar também o aumento das compras de outras economias fortes, como Arábia Saudita, Emirados Árabes, que optaram pelo agrobrasileiro para repor seus estoques em tempos de pandemia.O empresário José de Moura Teixeira Lopes Junior, que sempre acreditou no agronegócio brasileiro, ressalta que 'é importante que o país se estruture para o escoamento dessa produção, uma vez que o agronegócio brasileiro compete em nível de igualdade ou até mesmo superioridade frente a qualquer outro produtor no mundo'. Para Moura Junior, 'evitar perdas com a fase logística da venda representaria o potencial importante para incremento dos negócios, pois se estima que 10% daquilo que se transporta no Brasil é perdido no caminho entre o produtor e o destino final'. Mourinha, como o empresário é conhecido, tem grande especialização em processos logísticos de alta complexidade.Obviamente que não só de bons resultados vive o agronegócio brasileiro, uma vez que a baixa do petróleo fez com que as usinas de álcool, por exemplo, tivessem uma queda em sua demanda, assim como a produção de algodão, por conta da diminuição na produção de itens de vestuário. Outro setor impactado foi o de flores, no qual houve casos de colheitas destruídas pelos próprios produtores, uma vez que a venda do produto regrediu ou estagnou. Diante da situação, o Ministério da Agricultura apontou diversas linhas de créditos para esses produtores, aumentou as compras públicas e prorrogou as dívidas do setor, na expectativa de uma recuperação, quando se estiver mais perto da normalidade que a Covid-19 impôs.