Releases 22/06/2015 - 14:15

Modelo de gestão de saúde internacional chega ao país e pode gerar economia de R$ 9,1 bilhões por ano ao sistema de saúde suplementar


Belo Horizonte (MG)--(DINO - 22 jun, 2015) - Países da América do Norte, de toda a Europa Ocidental, África do Sul, Ásia e Oceania utilizam nos hospitais e operadoras de serviços de saúde uma ferramenta chamada DRG (diagnosis related groups ou grupos de diagnósticos relacionados). Essa classificação, desenvolvida na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, nas décadas de 60 e 70, tem o objetivo de definir o produto hospitalar para fins de gerenciamento de custos e da qualidade assistencial-hospitalar.
Após dez anos de estudos, uma equipe de médicos PhDs do Instituto de Acreditação e Gestão em Saúde (IAG Saúde), adaptou o DRG norte-americano para o sistema de codificação brasileiro. A tecnologia define em categorias os tratamentos hospitalares, a partir da combinação dos seguintes dados de pacientes: diagnósticos, idade e procedimentos. Cada categoria do DRG Brasil agrupa pacientes clínicos ou cirúrgicos, que necessitam da mesma quantidade de recursos para a realização do tratamento hospitalar - materiais, medicamentos e diárias, bem como os resultados assistenciais esperados, incluindo mortalidade e complicações associadas ao tratamento. Com isso, é possível efetuar a adequação de custos e resultados assistenciais entregues pela organização hospitalar.
Segundo a médica Tania Grillo, diretora do IAG Saúde, além de ser utilizado em hospitais do SUS e da saúde suplementar, o DRG Brasil também oferece soluções às operadoras de planos de saúde, pois além de facilitar a verificação dos custos assistenciais, ele permite a avaliação da qualidade dos serviços prestados por hospitais, médicos e equipes multidisciplinares. Isso favorece a implantação de programas de melhoria dos resultados assistenciais, a redução de custos e a otimização dos relacionamentos. "A operadora tem a possibilidade de analisar as organizações de saúde quanto à eficácia e custo, verificando se um hospital de alto custo é realmente caro ou se atende pacientes mais complexos, bem como se um hospital de baixo custo só alcança estes resultados porque seleciona casos de baixa complexidade", revela a especialista.
Atualmente, o DRG Brasil já está sendo utilizado pelas operadoras de serviços de saúde Unimed Goiânia, Unimed Vitória, Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) e Unimed BH ? que, além de pioneira no uso do DRG, foi apontada como a melhor operadora entre as de grande porte do país pelo Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), pelo segundo ano consecutivo em 2014. Na rede hospitalar, está em uso por mais de uma centena de hospitais nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás.
Sabe-se que um dos maiores desafios das organizações de assistência médico-hospitalar é o de implementar ações para reduzir a frequência de erros humanos e de falhas nos processos, e estabelecer formas de garantir a segurança assistencial. "Essa situação deveria ser enfrentada como um verdadeiro problema de saúde pública pela frequência de sua ocorrência e diante dos profundos impactos, muitas vezes irreversíveis, nos pacientes", comenta Grillo. Pensando nisso, cada novo erro ou evento adverso relacionado à assistência é codificado no DRG Brasil, criando um banco de dados que relaciona as condições adquiridas à categoria do paciente acometido por estas complicações, propiciando a implantação de programas de gerenciamento de risco assistencial de alto impacto.

Pesquisa científica sobre o DRG
Estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mensurou a produtividade dos leitos dos hospitais brasileiros e estabeleceu comparação com os hospitais americanos, pela metodologia do DRG. Foram analisados 145.710 relatórios de altas em 117 hospitais brasileiros. Considerou-se o tempo em dias de permanência no leito hospitalar, como o principal fator que está ligado diretamente ao custo e desempenho da produção assistencial. O estudo concluiu que a produtividade dos hospitais brasileiros estudados é 28,4% menor que a dos hospitais americanos, sendo pior para os tratamentos clínicos. Segundo o professor de Medicina da UFMG, Renato Couto, a economia potencial por ganho de produtividade na saúde suplementar pode ser estimada em R$ 9,1 bilhões por ano. "O aumento de produtividade hospitalar é uma oportunidade de melhoria de uso de recursos no sistema de saúde nacional. No Brasil, há sérios problemas envolvendo a atividade assistencial da saúde que determinam aumento supérfluo de custos, quando melhorias nos processos podem proporcionar grandes resultados no âmbito da qualidade e da eficiência, determinantes da produtividade", comenta.
Para Renato Couto, a dificuldade de quem gerencia um hospital é comparar e gerenciar custos dos procedimentos, pois existem milhares de peculiaridades na assistência. "Por exemplo, uma cesariana realizada em uma jovem sem nenhum problema de saúde é diferente de uma cesariana em uma gestante com hipertensão, diabetes gestacional, obesa e com mais de 40 anos", diz. A solução que o DRG Brasil oferece são "categorias assistenciais" baseadas na combinação das características de cada paciente, o que gera custos e resultados assistenciais previsíveis. Os benefícios proporcionados são o aumento da produtividade hospitalar, governança clínica efetiva e alta qualidade assistencial. "Assunto de relevância nos Estados Unidos, as mudanças tecnológicas no DRG são votadas anualmente e com rigor no Congresso Americano", comenta Couto.

IAG Saúde
Referência nacional em gestão da qualidade em organizações de saúde, o IAG Saúde ? Instituto de Acreditação e Gestão em Saúde é responsável pela estruturação do sistema de gestão em mais de 100 organizações de saúde nos seguintes estados: Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Ceará.
Criada em 1992, a empresa é composta por uma equipe de médicos, enfermeiros, administradores e especialistas em gestão, de renome nacional, dedicada à capacitação e à gestão de mudanças dos métodos gerenciais das organizações de saúde, tendo conduzido à certificação 100% dos clientes auditados.