São Paulo, SP.--(
DINO - 21 jan, 2016) - Normalmente analisamos erros e acertos, "porém a situação do país só permite avaliar os erros sucessivos tanto do Governo como do Congresso (nem vamos entrar no Judiciário, pois o STF, hoje, acaba legislando, ao invés de julgar. Ainda faz pior, porque desrespeita a Constituição, reduzindo salários de servidores públicos, por sob pressão de decisão política)", explica Antonio Tuccilio, presidente da CNSP.
"O governo não se entende com o seu próprio partido, pois o PT continua questionando a política econômica e não permite que as questões possam fluir melhor, tanto nessa área, como nas questões políticas. O Planalto só trabalha para bloquear o impeachment.
Quanto ao Congresso, a confusão é extraordinariamente maior, porque os partidos procuram resolver problemas internos de poder, pensando nas futuras eleições e esquecem que é fundamental, neste momento, pensar no país e no povo brasileiro.
As questões econômicas não são resolvidas com o intuito de atrapalhar o governo e, hoje, a grande questão é o impeachment da presidente".
O presidente da CNSP completou sua avaliação com uma análise de fatos recentes, confira:
"Só para mostrar as incoerências dos dois lados (governo e Congresso) vamos analisar três pontos:
1. Orçamento Federal para 2016
O Congresso aprovou e a presidente sancionou o orçamento para 2016 incluindo a aprovação da CPMF a partir do 2º semestre.
Porém, a CPMF não foi aprovada pelo Congresso. Mas, não foi o Congresso que aprovou o Orçamento?
2. Aprovação do Fundo Partidário
É inadmissível que com a crise financeira que o Brasil atravessa, o Congresso aprova e a presidente sanciona um aumento de 163% no Fundo Partidário, que foi para 819 milhões de reais. Diga-se de passagem, com dinheiro do povo, que passa por enormes dificuldades, sendo castigado com aumentos na energia, nos combustíveis e com a inflação descontrolada.
Só podemos entender que essa aprovação foi uma forma de agradar os partidos para derrubar o processo de impeachment.
3. Cortes no Governo e no Congresso
Seria imprescindível que o Governo e o Congresso tomassem medidas enérgicas para efetuar cortes nos seus respectivos orçamentos, porém o que se vê é que tudo fica no papel, pois o Governo acenou com cortes de Ministérios, Secretarias e Cargos Comissionados e nada aconteceu. Tudo continua igual. As reclamações dos partidos continuam e os cargos comissionados estão todos garantidos, com raríssimas baixas.
No caso do Congresso, a questão é mais lamentável, pois com todos os penduricalhos que são recebidos, além dos salários (moradia, correio, viagens, funcionários, carros, planos de saúde ilimitado etc, etc, etc) que representam dois milhões por deputado/ano, nada é cortado. Pelo contrário, aprovaram o Fundo Partidário que representará em 2016 o valor de 819 milhões para financiar os partidos políticos, que na sua maioria servem para alugar suas siglas na época das eleições e ser cabide de empregos.
É cômico, se não fosse trágico, o que estamos vivendo.
Acreditamos que só uma mudança profunda na política brasileira, formando um grupo honesto, responsável, capacitado e isento de todos esses privilégios, para propor começar uma nova caminhada.
O Brasil precisa ser passado a limpo. A operação Lava Jato e o Ministério Público já começaram este movimento. Mas, as resistências e os aparelhamentos são enormes. É preciso aprofundar mais. É preciso que o povo participe de uma forma pacifica, mais firme e mostrando a insatisfação de tudo o que acontece na política brasileira.
O Brasil não merece passar por tanta corrupção e tanta incompetência, nas gestões governamentais e políticas.
Vamos usar uma das poucas armas que nos sobram, no atual momento, AS ELEIÇÕES", finaliza Antonio Tuccilio, presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos.
Website:
http://www.cnsp.org.br/website/Fala_Presidente.aspx?c=5712