Releases 19/10/2020 - 16:50

Grandes empresas optam por pequenas estruturas


São Paulo, SP--(DINO - 19 out, 2020) -
Os espaços nos shopping centers de São Paulo sempre foram disputados, especialmente nas áreas de alimentação. Antes da pandemia, eles concentravam um grande volume de pessoas consumindo e transitando em um ambiente fechado, climatizado e sem tráfego de veículos. Essas são algumas das características que tornaram o aluguel desses endereços cerca de 10 vezes mais caros do que os tradicionais pontos comerciais nas ruas da cidade. Em tempos de pandemia, as empresas instaladas nesses endereços ainda sentem o impacto da quarentena.


Os lojistas franqueados e instalados em grandes centros comerciais que não ambientaram seus negócios em meio digital foram impactados negativamente e muitos fecharam as portas. “Veja meu exemplo: tenho 85 lojas. Dessas, 79 em shoppings. E essas unidades estão com apenas 45% do movimento. As de rua, por sua vez, já recuperaram 80% do faturamento”, afirmou Jonas Bechelli, presidente da rede Doctor Feet, ao Portal 6 Minutos do UOL.


Na contramão, o Grupo Iguatemi, que já havia identificado a necessidade de criar um marketplace de luxo que possibilitaria o contato digital dos clientes com as marcas, lançou em outubro de 2019 a plataforma Iguatemi 365. Segundo o presidente da companhia, Carlos Jereissati Filho, a decisão levou ao crescimento de 20 vezes na pandemia e na análise de outubro de 2020 em reportagem ao NSC Total, Jereissati afirmou que estão entre 10 ou 15 vezes acima do que eram no período pré-pandemia.


Enquanto as empresas mudam as suas estruturas físicas em busca da redução de custos e muitas outras apostam em galpões com a premissa de redes como o Guarde Aqui, há empreendedores pensando na combinação de ambientes sustentáveis com a nova cultura do home office.


A nova forma de trabalho divide opiniões. Uma pesquisa feita pela Revelo a pedido do Jornal Estadão, aponta que 69% entre 378 profissionais consideram o horário flexível e o home office como diferencial para caracterizar “a empresa dos sonhos”. O compromisso com a diversidade, a sustentabilidade e outros propósitos é mencionado por 36% dos entrevistados. Entretanto, há muitos colaboradores descontentes com o trabalho remoto e sofrendo mentalmente por conta dele. É o que aponta o segundo relatório do estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Institute of Employment Studies (IES) do Reino Unido. Quase metade dos respondentes na amostragem de 533 respostas atingiu um indicador de baixo nível de bem-estar, quando se recomenda acompanhamento médico. Ansiedade, solidão e alguns sintomas físicos, como fadiga e cefaleia, afetam esses profissionais.


Além de reduzir estruturas e repensar ambientes, é preciso cuidar do capital humano, principal ativo das organizações.


Casa das Rosas, o paraíso é logo ali


Poucos são os espaços verdes que abrigam casas históricas na região da Avenida Paulista. A Casa das Rosas, imóvel construído em 1935, abriga o acervo de 20 mil livros do poeta Haroldo de Campos. O lugar está entre os pontos museus turísticos icônicos de São Paulo.  


A construção erguida na época dos barões do café convive hoje com o Edifício Parque Cultural Paulista. O empreendimento vertical divide os jardins aconchegantes com o museu literário. Em tempos de pandemia, os escritórios disponíveis no endereço atraem empresários que mantém seus negócios há mais de duas décadas em franca expansão, mas buscam por espaços menores que abriguem estruturas mais tecnológicas e acessíveis. 


A Pryor Global está de mudança para esse edifício histórico. Parte da equipe de especialistas - que trabalham com a representação legal de grupos estrangeiros dispostos a estabelecerem seus negócios no Brasil - permanecerá home office, seguindo a tendência de muitos escritórios de advocacia.


“O desafio constante é garantir agilidade, sustentabilidade e inovação, permitindo o compliance”, afirmaram os irmãos Cristiane e Dalton Locatelli em matéria que fala dos desafios na tramitação de processos on-line disponível no Portal Terra.


O conceito de sustentabilidade é muito mais amplo quando falamos em crescimento para empresas com mais de 25 anos de história. A Tramontina, por exemplo, é uma empresa firmada em seu segmento pelo que entrega, mas especialmente pela comunicação mantida com seus clientes. A empresa foi fundada em 1911 por Valentin Tramontina e o legado é mantido depois de um século pelo neto do visionário, Clóvis Tramontina. Embora a Pryor Global ainda não seja secular, Cristiane e Dalton Locatelli mantêm o legado do pai, Jobelino Locatelli. Os resultados de ambas mostram que o conceito de grandes empresas também é mais amplo do que se imagina.



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