são paulo--(
DINO - 01 set, 2016) - A crise econômica vem mudando o mercado de máquinas. Se no passado, o segmento de máquinas usadas era incipiente agora já abocanha uma fatia interessante do negócio. Estimativas do setor apontam que hoje, em alguns segmentos da indústria, a cada uma máquina nova comercializada quatro usadas estão sendo negociadas.
"O período de recessão econômica provocou a redução da produção e até o fechamento de várias empresas, colocando máquinas à disposição. Sem linha de crédito, o empresário tem que se desfazer de ativos para conseguir dinheiro. Sem financiamento, também não compra máquinas novas, tem que optar pelas usadas", explica Giovana Carmago, diretora comercial da Camargo Máquinas. A empresa começou a atuar neste segmento em 2005 e vem acompanhando o crescimento expressivo da demanda.
Nos últimos meses, Giovana Camargo conta que viu empresas que tinham duas máquinas se desfazer de uma, ociosa por conta da crise, para fazer caixa. "Esta máquina tem demanda no mercado porque há mudanças e investimentos que precisam ser feitos mesmo em períodos de recessão. Não há como adiar ou esperar o cenário melhorar", explica.
Com uma máquina usada, a redução de preço pode chegar a 70% se comparado com o valor de uma nova. São equipamentos usados, seminovos, que muitas vezes não apresentam desvantagens significativas em relação a um novo. "Algumas, sabemos, são como as chamadas "moscas brancas" do mercado imobiliário, chegam e saem em poucos dias. Às vezes, já pegamos e direcionamos direto para um comprador."
Hoje a Camargo Máquinas conta com um estoque grande, sendo a maior parte composta de máquinas para a indústria alimentícia. Tudo isso está armazenado em um galpão da empresa na cidade de São Carlos, no interior de São Paulo. Mas em número de máquinas cadastradas, a empresa tem um estoque de 7 mil unidades. São equipamentos que estão à venda pelo Brasil afora, voltadas para os diferentes segmentos da indústria. Não é raro a empresa atender compradores até de outros países da América do Sul.
"Nosso desafio é mostrar para os empresários que eles possuem ativos nas mãos e podem transformar em dinheiro equipamento que não usam mais ou estão ociosos. O comprador já está convencido da oportunidade e das vantagens de partir para a aquisição de uma máquina usada", conclui Giovana.