Releases 14/10/2025 - 17:12

Inteligência artificial personaliza ensino em escolas do Sesi-SP


Ferramenta desenvolvida com a Microsoft tem tutor virtual, apoia professores e já soma mais de 3 milhões de interações mensais.

Da medicina à indústria, a inteligência artificial (IA) vem ganhando espaço como recurso para ampliar eficiência e apoiar decisões. Na educação, a promessa é ainda mais desafiadora: personalizar o ensino em um país onde quase 95% dos alunos do 9º ano da rede pública não atingem proficiência satisfatória em Matemática, segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Nesse cenário, o Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP) aposta em uma plataforma baseada em IA, desenvolvida com tecnologia da Microsoft, para oferecer acompanhamento individualizado a cada estudante.

Sem respostas prontas

A assistente virtual, chamada LEIA, já está presente nas 140 escolas da rede, atendendo 36 mil alunos do Fundamental II e do Ensino Médio, com mais de 106 mil acessos diários, ou seja, mais de três milhões de interações mensais. O sistema cruza dados do histórico escolar e do material didático para criar trilhas de estudo personalizadas. "Ela não dá a resposta. Constrói conhecimento", explica Luis Fernando Quintino, supervisor técnico educacional responsável pela coordenação da plataforma.

Na prática, a ferramenta se tornou apoio ao trabalho docente. "Uso para aprofundar conteúdos e recuperar defasagens. Se o aluno pede a solução de um exercício, a LEIA não entrega o resultado: faz pensar", relata Ana Maria Macedo Anjos, professora de Matemática da rede em São José dos Campos. A docente destaca que os alunos chegam mais preparados às aulas, o que permite acelerar discussões e reforçar autonomia.

Diagnóstico e engajamento

Relatórios da plataforma sinalizam dúvidas recorrentes por disciplina e série, facilitando a tomada de decisão dos professores. "O professor vê onde a turma emperrou e se o problema está no conteúdo atual ou em bases anteriores", explica Lucas Moreira Ramos da Silva, orientador de Educação Digital do Sesi-SP. Quando a IA identifica limite de atuação, a própria plataforma encaminha o estudante para atendimento com tutores humanos.

"A LEIA é especialista do Sesi-SP, treinada com nosso material. Evolui continuamente. Nosso objetivo é personalizar o percurso, reduzir lacunas e devolver tempo pedagógico a quem ensina - com diagnóstico em mãos." (Luis Fernando Quintino, supervisor técnico educacional responsável pela coordenação da LEIA)

A experiência também aposta em gamificação: alunos acumulam moedas virtuais e diamantes para personalizar avatares, desde que cumpram atividades propostas. "Não basta permanecer logado. É preciso estudar para ganhar recompensas", afirma Ramos da Silva.

Complemento, não substituto

Para a equipe, a IA não substitui o professor, mas funciona como um aliado no processo de aprendizagem. "Contato humano é insubstituível. A ferramenta apoia, mas quem conduz a aprendizagem continua sendo o docente", diz Lucas. Ana Maria reforça: "A LEIA soma ao trabalho de sala, ajudando a resgatar conhecimentos e a criar rotinas de estudo".

Com desenvolvimento majoritariamente interno e suporte da Microsoft, a tecnologia segue em expansão para novas séries e disciplinas. Também já foi adotada pelo Sesi do Rio Grande do Sul, em escolas afetadas pelas enchentes. "A LEIA é especialista do Sesi-SP, treinada com nosso material. Evolui continuamente. Nosso objetivo é personalizar o percurso, reduzir lacunas e devolver tempo pedagógico a quem ensina - com diagnóstico em mãos", conclui Quintino.