São Paulo-SP--(
DINO - 03 ago, 2016) - E como ter valores menores na apólice tradicional
O Seguro Auto Popular já existe no Brasil, porém, apenas no papel. Na prática, os consumidores brasileiros que buscam por uma alternativa mais barata à apólice tradicional continuam sem assistência. E por quê?
A ANFAPE ? Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças ? explica: a modalidade começou a valer no último 1 de abril mas as suas regras, na prática, impedem as seguradoras de oferecerem o produto ao consumidor final.
Não existem peças originais de fábricas, usadas ou recondicionadas, em volume compatível com a enorme demanda do seguro popular. Uma alternativa seria a utilização de peças novas alternativas, similares às peças originais. São as chamadas peças genéricas.
Como originalmente o modelo foi concebido, entretanto, apenas peças originais usadas ou recondicionadas seriam admitidas, mas não uma peça do mercado independente, ainda que esta fosse nova.
O cenário pode mudar completamente com a revisão das regras pela Susep, Superintendência de Seguros Privados, que estuda admitir a utilização também de peças novas, similares às originais, porém mais baratas, oferecidas pelo mercado independente, representado nacionalmente pela ANFAPE.
"Não apenas os potenciais usuários do Seguro Popular como também os de seguro tradicional necessitam ter liberdade de escolha. Atualmente, as seguradoras só podem utilizar peças originais, isto é, as disponibilizadas pelas montadoras, o que torna os consumidores reféns dos preços abusivos praticados por essas empresas", defende Roberto Monteiro, diretor executivo da ANFAPE.
As peças fabricadas pelo mercado independente possuem marca própria e a devida garantia. Muitas têm certificados, seguem rigorosos padrões de qualidade e são encontradas nas lojas de autopeças. "A alta disponibilidade de peças e os melhores preços certamente ajudariam a criar opções mais baratas de seguros", observa Monteiro, referindo-se tanto ao Seguro Popular como ao tradicional.
Sobre a Anfape ?
www.anfape.org.brA Anfape ? Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças surgiu com o intuito de representar e fortalecer o setor de reposição independente de autopeças no Brasil.
Desde a sua constituição, em 2007, a entidade tem buscado reverter as ações de algumas grandes montadoras de automóveis que se valem do expediente de registrar os componentes visuais de seus veículos (capôs, para-lamas, para-choques, faróis, retrovisores etc.) como desenhos industriais com o propósito de inibir a atuação dos independentes no segmento de reposição, o que se dá por meio da proibição da produção e da comercialização das peças.
No início de 2007, a Anfape formulou uma representação junto ao Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência ? CADE denunciando a conduta das montadoras FIAT, FORD e Volkswagen. Tal iniciativa teve como objetivo assegurar às empresas do mercado independente de autopeças o direito de produzirem e comercializarem itens visuais.
No final de 2010, o CADE decidiu pela abertura do Processo Administrativo e, em junho deste ano, a Superintendência do CADE, que conduz a investigação, após ampla investigação, opinou pela condenação das montadoras. O processo segue agora para o Tribunal Pleno do CADE para julgamento final.