São Paulo, SP--(
DINO - 27 set, 2021) -
Pacientes infectados e tratados da covid-19 foram detectados com a síndrome pós-covid (sequelas deixadas pela doença) em que, até, 80% dos recuperados sentem ao menos um sintoma até quatro meses depois do fim da infecção, conforme o recente estudo brasileiro realizado no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor/FMUSP). Com isso, o volume de pacientes das empresas de serviços de home care teve um crescimento médio estimado em 15% ao longo do ano passado, principalmente em tratamentos de fisioterapia, segundo o Núcleo de Empresas de Atendimento Domiciliar (Nead).
A fisioterapia domiciliar, conhecida também por fisioterapia home care, é uma modalidade terapêutica que acompanha o fisioterapeuta há muito tempo e está se expandindo cada vez mais, hoje é muito utilizada para os cuidados da síndrome pós-covid, afirma Mariana Bracarense Carvalho, graduada em Fisioterapia com experiência em fisioterapia domiciliar nas áreas neurológica, ortopédica, respiratória, cardíaca, entre outras.
“O intuito do home care, neste tipo de assistência, é proporcionar comodidade, facilidade e conforto aos pacientes. Além de ser realizado no âmbito familiar, o atendimento é caracterizado por ser mais humanizado, individualizado, com um olhar além das demandas físicas, considerando os aspectos emocionais, ambientais e sociais, que interferem na saúde do paciente”, explica a fisioterapeuta.
O atendimento da fisioterapia domiciliar é voltado, principalmente, para idosos, pacientes acamados ou com dificuldade de locomoção, diz Mariana, mas atualmente o perfil vem mudando devido à covid-19, a flexibilização de horários e a praticidade de ter o tratamento prestado na residência.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas que passaram longos períodos lutando contra a doença no hospital precisam de cuidados continuados, como na fisioterapia, por algum tempo. De acordo com a organização e o Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde, as sequelas atingem uma a cada 10 pessoas, em casos mais graves sobe para 7 a cada 10 pacientes hospitalizados pela covid-19. Uma pesquisa da Universidade de Leicester, no Reino Unido, analisou cerca de mil pacientes que ficaram internados entre março e novembro de 2020, e identificou que algumas pessoas sofreram por mais de 5 meses após a alta, precisando de tratamentos fisioterápicos para sua reabilitação.
Conforme a especialista, com a pandemia o tratamento com a fisioterapia home care tornou-se uma opção segura, proporcionando comodidade em um ambiente protegido, evitando aglomerações e o risco no deslocamento. Não só para idosos, acamados e pessoas com dificuldade de locomoção, mas também para as pessoas que possuem doenças tardias da pós-covid, doenças crônicas, cardiovasculares, respiratórias, neurológicas, ortopédicas, acompanhamento gestacional, entre outras, em que, a descontinuidade e interrupção do tratamento, podem trazer prejuízos para a saúde.
De acordo com o National Institute of Health (NIH) dos Estados Unidos da América, consideram-se sintomas mais prevalentes em pessoas com histórico de covid-19 e hospitalização: fadiga ou fraqueza muscular (63%), necessidade de meio auxiliar de locomoção (28,8% e 39,8% dos pacientes hospitalizados, em enfermaria e UTI, respectivamente), dispneia (34,5% e 45,1% dos pacientes hospitalizados, em enfermaria e UTI, respectivamente), entre outros.
“Com o atendimento fisioterapêutico domiciliar neste momento delicado, nós fisioterapeutas, podemos auxiliar não só no tratamento das limitações e disfunções que as doenças crônicas apresentam, e sim, intervir também no processo de prevenção e promoção da saúde desses pacientes. Como por exemplo, estimular a realização de exercícios terapêuticos respiratórios e atividades físicas diárias, a fim de auxiliar, também, na prevenção da covid-19, fortalecendo o sistema imunológico e respiratório”, finaliza a fisioterapeuta Mariana Bracarense.
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