BRASÍLIA, Brasil, 11 de junho de 2014 /PRNewswire/ -- Quem olha para a algazarra das cerca de 90 mulheres reunidas no auditório do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), não imagina que se tratam de pacientes e ex-pacientes de câncer de mama. São as Amigas do Peito, grupo formado por 2.260 mulheres de todo o país, com uma média etária de 40 anos, que realizaram seu quarto encontro nacional, na virada do mês, em Brasília.
"O encontro dá o exemplo de que juntas somos mais fortes, de que em nossas cidades podemos promover reuniões, encontros, festas com outras pacientes. Isso é indispensável para tirar do paciente de câncer a pecha de que seja um condenado ao ostracismo", explica Jussara Carneiro da Cunha, engenheira, uma das sete administradoras da comunidade Amigas do Peito.
Essa comunidade começou a se formar há três anos, por iniciativa da médica Marina Loureiro Maior, que descobriu o câncer quando tinha 33 anos. Da troca de experiências e relatos nas redes sociais, o grupo de Amigas do Peito logo passou para os encontros regionais e nacionais, reunindo pacientes e médicos. Voluntariamente, eles tiram dúvidas sobre o tratamento ? pré e pós cirúrgico ? e ajudam a organizar as informações que subsidiam reivindicações das mulheres em tratamento.
"A principal conquista para pacientes de câncer é ter medicamentos aprovados para serem fornecidos pela rede pública. É uma conquista que separa vida e morte, mas falta que o tratamento seja tratado de modo respeitoso e humanizado. Abordagens técnicas que negam a liberação de medicamentos apenas contribuem para que tratamentos sejam inviabilizados", ressalta Jussara.
Entre os tratamentos tidos como inviabilizados, encontram-se os de reprodução assistida. Como muitas dessas mulheres descobrem o câncer em plena idade fértil, elas podem ver o sonho de ser mãe esvair-se junto com o diagnóstico da doença.
"Toda mulher em idade fértil deve ser orientada sobre as opções de preservação de fertilidade, no momento em que recebe o diagnóstico de câncer", afirma o Dr. Cristiano Busso, um dos médicos convidados para o encontro deste ano. Ele esclarece que a quimioterapia causa a diminuição na reserva de óvulos da paciente e, normalmente, ela só estará liberada para engravidar após 10 anos de tratamento. "A taxa de cura do câncer de mama, hoje, é muito alta. Então, é preciso pensar desde o início no que vai acontecer com as pacientes após o tratamento. Se deixar para depois, restarão poucas alternativas", defende o médico.
A condução adequada inclui, na maior parte dos casos, a coleta e preservação de óvulos antes do início do tratamento, até a liberação para gravidez. Entretanto, a Resolução Normativa 211/2010, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) exclui as técnicas de reprodução assistida do rol de cobertura obrigatória pelos planos de saúde. Por outro lado, são poucas as instituições públicas ou filantrópicas que oferecem esse tratamento gratuitamente ? todos com filas de espera que levam de três a cinco anos, o que torna inviável seu acesso a pacientes diagnósticas com câncer de mama.
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FONTE Amigas do Peito