Cirurgia metabólica se consolida como opção para o tratamento do diabetes tipo 2
São Paulo, SP--(DINO - 13 set, 2016) - Especialistas do mundo todo reconhecem a efetividade da cirurgia metabólica para tratar o diabetes mellitus tipo 2 (DMT2). Desde o início dos anos 2000, estudos clínicos têm comprovado as ações antidiabéticas deste procedimento mesmo em pacientes não obesos mórbidos.
Como o DMT2 continua sendo de difícil controle, mesmo com medicamentos de última geração, cirurgiões, endocrinologistas e outros especialistas se empenharam em busca de um consenso para ampliar a indicação da cirurgia metabólica para diabéticos sem controle.
Em junho deste ano, 45 sociedades médicas divulgaram um posicionamento em que recomendam a cirurgia metabólica para diabéticos tipo 2 com obesidade grau 1 ou Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 35 kg/m2. Pela primeira vez, o procedimento é reconhecido especificamente como um tratamento de DMT2 e não como um tratamento para a obesidade que promove outros benefícios clínicos.
Dentre as entidades que aprovaram a nova diretriz estavam a ADA (American Diabetes Association) e a IDF (Federação Internacional de Diabetes), que por sua vez reúne mais de 230 associações nacionais de diabetes em 170 países e territórios. O posicionamento também foi veiculado em revistas científicas conceituadas, como a Obesity Surgery e Diabetes Care.
"A cirurgia bariátrica e metabólica tornou-se muito menos invasiva nos últimos anos. O risco de morte ou graves efeitos colaterais é pequeno e comparável a operações sobre a vesícula biliar ou histerectomia (extração do útero)", ressalta o cirurgião Francesco Rubino, que participou ativamente na redação destas novas diretrizes.
Chefe do departamento de cirurgia bariátrica e metabólica do Kings College de Londres, Dr. Rubino explica que a perda de peso pode ajudar na melhora do diabetes tipo 2 e não deve ser desprezada. "Mas o principal ponto a ser observado é que as cirurgias bariátricas como o bypass gástrico têm mecanismos de ação diferentes que alteram hormônios, bactérias do intestino e outras substâncias que regulam a produção de insulina e o metabolismo da glicose no organismo", explica.
Evidências da cirurgia metabólica
Nos últimos anos, estudos realizados no Brasil e em outros países têm comprovado a eficácia da cirurgia metabólica em diabéticos com obesidade grau 1.
Uma pesquisa coordenada em 2012 pelo cirurgião Ricardo Cohen, no Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), em São Paulo, demonstrou que o bypass gástrico controlou o DMT2 em 88% de 66 pacientes e promoveu uma melhora de longo prazo em 11% deles.1
No momento, a equipe de Dr. Cohen está realizando uma pesquisa inédita com o objetivo de comprovar os benefícios da cirurgia em comparação ao melhor tratamento clínico para doenças microvasculares, como as renais, retinianas e neuropatias, decorrentes do DMT2. Estão sendo avaliados pacientes com histórico de diabetes de até 15 anos, com IMC entre 30 e 35 kg/m2.
Outra pesquisa publicada em 2014 no Journal of the American Medical Association (JAMA) envolveu 600 pacientes obesos e apontou que a cirurgia metabólica aumenta a chance de regressão do DMT2 e diminui as complicações da doença em comparação com o tratamento medicamentoso, mesmo 15 anos após a operação.2
De acordo com especialistas, a cirurgia não só reverte o quadro do DMT2 como também previne seu desenvolvimento nos pacientes obesos. A longo prazo, a incidência de doenças cardiovasculares também pode ser reduzida.
Melhor resultado no início da doença
Em estudo publicado em 2015 pela revista The Lancet Diabetes & Endocrinology, pesquisadores concluíram que pacientes obesos com DMT2 devem ter prioridade na indicação da cirurgia metabólica, especialmente na fase inicial da doença, uma vez que muitos deles passam a precisar de menos ou até mesmo dispensar medicamentos após a cirurgia, diminuindo os custos de tratamento e evitando complicações.3
Estudos clínicos citados
1 Diabetes Care (ADA ? American Diabetes Association). Effects of Gastric Bypass Surgery in Patients With Type 2 Diabetes and Only Mild Obesity. Ricardo V. Cohen, MD1, Jose C. Pinheiro, MD1, Carlos A. Schiavon, MD1, João E. Salles, MD2, Bernardo L. Wajchenberg, MD3 and David E. Cummings, MD4
http://care.diabetesjournals.org/content/35/7/1420.short
2 Journal of the American Medical Association (Jama). Association of Bariatric Surgery With Long-term Remission of Type 2 Diabetes and With Microvascular and Macrovascular Complications. Lars Sjöström, Markku Peltonen, Peter Jacobson e Sofie Ahlin, Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=1878719
3 This study was funded by AFA Försäkring and Swedish Scientific Research Council. Swedish Obese Subjects (SOS) study from Sahlgrenska Academy, Gothenburg, Sweden, and performed in collaboration with Dr Martin Neovius, Karolinska Institutet, Stockholm, Sweden, Dr Lena Carlsson, Chief SOS Investigator, University of Gothenburg, Sweden, and Dr Catherine Keating, Deakin University and Baker IDI Heart and Diabetes Institute, Melbourne, Australia.
http://www.eurekalert.org/pub_releases/2015-09/tl-tld091515.php
Agenda
21º Congresso Mundial da Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos ? IFSO 2016
Data: de 28 de setembro a 01 de outubro de 2016
Local: Windsor Barra Hotel e Congressos
Endereço: Av. Lucio Costa, 2630 ? Barra da Tijuca.
Sobre o evento
O Congresso Mundial da IFSO reúne tradicionalmente um time de especialistas em obesidade, diabetes e doenças metabólicas, dentre os mais prestigiados no meio acadêmico e científico. É realizado a cada ano pela International Federation of the Surgery of Obesity & Metabolic Disorders, que representa as principais sociedades médicas dos cinco continentes, dedicadas aos diversos profissionais que atuam na atenção aos pacientes bariátricos e metabólicos.
A escolha do Rio de Janeiro para sediar o congresso deve-se à contribuição cada vez mais importante dos especialistas brasileiros para o avanço e a acessibilidade da cirurgia no mundo, sobretudo do pioneirismo nos procedimentos metabólicos. O Brasil é um dos países que mais progridem em termos de qualidade e volume. O recente reconhecimento da cirurgia bariátrica como área de atuação pelo país é uma conquista que favorecerá a formação dos seus profissionais, desde a residência médica, e a melhoria dos serviços oferecidos aos pacientes.
Mais informações sobre o 21º Congresso Mundial da IFSO? www.ifso2016.com
Website: http://www.ifso2016imprensa.com.br/
Como o DMT2 continua sendo de difícil controle, mesmo com medicamentos de última geração, cirurgiões, endocrinologistas e outros especialistas se empenharam em busca de um consenso para ampliar a indicação da cirurgia metabólica para diabéticos sem controle.
Em junho deste ano, 45 sociedades médicas divulgaram um posicionamento em que recomendam a cirurgia metabólica para diabéticos tipo 2 com obesidade grau 1 ou Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 35 kg/m2. Pela primeira vez, o procedimento é reconhecido especificamente como um tratamento de DMT2 e não como um tratamento para a obesidade que promove outros benefícios clínicos.
Dentre as entidades que aprovaram a nova diretriz estavam a ADA (American Diabetes Association) e a IDF (Federação Internacional de Diabetes), que por sua vez reúne mais de 230 associações nacionais de diabetes em 170 países e territórios. O posicionamento também foi veiculado em revistas científicas conceituadas, como a Obesity Surgery e Diabetes Care.
"A cirurgia bariátrica e metabólica tornou-se muito menos invasiva nos últimos anos. O risco de morte ou graves efeitos colaterais é pequeno e comparável a operações sobre a vesícula biliar ou histerectomia (extração do útero)", ressalta o cirurgião Francesco Rubino, que participou ativamente na redação destas novas diretrizes.
Chefe do departamento de cirurgia bariátrica e metabólica do Kings College de Londres, Dr. Rubino explica que a perda de peso pode ajudar na melhora do diabetes tipo 2 e não deve ser desprezada. "Mas o principal ponto a ser observado é que as cirurgias bariátricas como o bypass gástrico têm mecanismos de ação diferentes que alteram hormônios, bactérias do intestino e outras substâncias que regulam a produção de insulina e o metabolismo da glicose no organismo", explica.
Evidências da cirurgia metabólica
Nos últimos anos, estudos realizados no Brasil e em outros países têm comprovado a eficácia da cirurgia metabólica em diabéticos com obesidade grau 1.
Uma pesquisa coordenada em 2012 pelo cirurgião Ricardo Cohen, no Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), em São Paulo, demonstrou que o bypass gástrico controlou o DMT2 em 88% de 66 pacientes e promoveu uma melhora de longo prazo em 11% deles.1
No momento, a equipe de Dr. Cohen está realizando uma pesquisa inédita com o objetivo de comprovar os benefícios da cirurgia em comparação ao melhor tratamento clínico para doenças microvasculares, como as renais, retinianas e neuropatias, decorrentes do DMT2. Estão sendo avaliados pacientes com histórico de diabetes de até 15 anos, com IMC entre 30 e 35 kg/m2.
Outra pesquisa publicada em 2014 no Journal of the American Medical Association (JAMA) envolveu 600 pacientes obesos e apontou que a cirurgia metabólica aumenta a chance de regressão do DMT2 e diminui as complicações da doença em comparação com o tratamento medicamentoso, mesmo 15 anos após a operação.2
De acordo com especialistas, a cirurgia não só reverte o quadro do DMT2 como também previne seu desenvolvimento nos pacientes obesos. A longo prazo, a incidência de doenças cardiovasculares também pode ser reduzida.
Melhor resultado no início da doença
Em estudo publicado em 2015 pela revista The Lancet Diabetes & Endocrinology, pesquisadores concluíram que pacientes obesos com DMT2 devem ter prioridade na indicação da cirurgia metabólica, especialmente na fase inicial da doença, uma vez que muitos deles passam a precisar de menos ou até mesmo dispensar medicamentos após a cirurgia, diminuindo os custos de tratamento e evitando complicações.3
Estudos clínicos citados
1 Diabetes Care (ADA ? American Diabetes Association). Effects of Gastric Bypass Surgery in Patients With Type 2 Diabetes and Only Mild Obesity. Ricardo V. Cohen, MD1, Jose C. Pinheiro, MD1, Carlos A. Schiavon, MD1, João E. Salles, MD2, Bernardo L. Wajchenberg, MD3 and David E. Cummings, MD4
http://care.diabetesjournals.org/content/35/7/1420.short
2 Journal of the American Medical Association (Jama). Association of Bariatric Surgery With Long-term Remission of Type 2 Diabetes and With Microvascular and Macrovascular Complications. Lars Sjöström, Markku Peltonen, Peter Jacobson e Sofie Ahlin, Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=1878719
3 This study was funded by AFA Försäkring and Swedish Scientific Research Council. Swedish Obese Subjects (SOS) study from Sahlgrenska Academy, Gothenburg, Sweden, and performed in collaboration with Dr Martin Neovius, Karolinska Institutet, Stockholm, Sweden, Dr Lena Carlsson, Chief SOS Investigator, University of Gothenburg, Sweden, and Dr Catherine Keating, Deakin University and Baker IDI Heart and Diabetes Institute, Melbourne, Australia.
http://www.eurekalert.org/pub_releases/2015-09/tl-tld091515.php
Agenda
21º Congresso Mundial da Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos ? IFSO 2016
Data: de 28 de setembro a 01 de outubro de 2016
Local: Windsor Barra Hotel e Congressos
Endereço: Av. Lucio Costa, 2630 ? Barra da Tijuca.
Sobre o evento
O Congresso Mundial da IFSO reúne tradicionalmente um time de especialistas em obesidade, diabetes e doenças metabólicas, dentre os mais prestigiados no meio acadêmico e científico. É realizado a cada ano pela International Federation of the Surgery of Obesity & Metabolic Disorders, que representa as principais sociedades médicas dos cinco continentes, dedicadas aos diversos profissionais que atuam na atenção aos pacientes bariátricos e metabólicos.
A escolha do Rio de Janeiro para sediar o congresso deve-se à contribuição cada vez mais importante dos especialistas brasileiros para o avanço e a acessibilidade da cirurgia no mundo, sobretudo do pioneirismo nos procedimentos metabólicos. O Brasil é um dos países que mais progridem em termos de qualidade e volume. O recente reconhecimento da cirurgia bariátrica como área de atuação pelo país é uma conquista que favorecerá a formação dos seus profissionais, desde a residência médica, e a melhoria dos serviços oferecidos aos pacientes.
Mais informações sobre o 21º Congresso Mundial da IFSO? www.ifso2016.com
Website: http://www.ifso2016imprensa.com.br/