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DINO - 06 jun, 2017) - A educação básica tornou-se um dos centros das atenções do mercado de educação após altos investimentos realizados nos últimos meses no setor. As escolas internacionais de ensino fundamental e médio surgiram a partir da necessidade de famílias que não encontram no país um ensino que possa proporcionar às crianças um entendimento com o mundo globalizado. Com a intensificação das trocas linguísticas e culturais no século XXI, elas se tornaram objeto de desejo dos pais, tanto pela formação oferecida quanto pelo prestígio que alcançaram. Diferentemente das escolas bilíngues, uma escola internacional trabalha com questões ligadas a princípios e valores éticos multiculturais. Habilidades como a independência, a cooperação e a tolerância são algumas das competências adotadas nessas instituições. "A escola internacional está preocupada com a formação do ser humano, independentemente de suas atribuições culturais, religiosas e geográficas", explica a diretora pedagógica da Escola Internacional de São Paulo, Denise Lam. Em um currículo de uma escola internacional, além da avaliação básica das disciplinas comumente aplicadas em quaisquer escolas, ela também avalia critérios éticos, de maneira descritiva. "Testamos a capacidade questionadora e reflexiva das crianças, assim como os critérios adotados por elas em situações aplicadas dentro da sala de aula", comenta Denise.Com foco principal no domínio do idioma estrangeiro, as escolas bilíngues, por sua vez, costumam seguir o currículo brasileiro. Há duas diferenças principais entre escolas internacionais e bilíngues. A primeira diz respeito à composição curricular: nas escolas bilíngues há, necessariamente, dois currículos (integrados ou não), o brasileiro e o desenvolvido em segunda língua; na escola internacional desenvolve-se um currículo predominantemente internacional, dando uma unicidade ao currículo: "Isso dá um conforto aos pais que querem matricular seus filhos em instituições de outros países, porque as disciplinas não serão refeitas novamente", explica a diretora. O corpo docente também é misto, composto por professores estrangeiros e brasileiros. A comunicação realizada por todos os funcionários é exclusivamente no idioma inglês, ao contrário das escolas bilíngues, em que os professores podem se comunicar em português. "Nós temos como norma em nossa instituição o que chamamos de "Language Policy" em que não é permitido os professores se comunicarem em seus idiomas nativos, para que o ensino seja prioritariamente em inglês". Para garantir a imersão total no inglês e o resultado efetivo na aquisição da linguagem, a Escola Internacional de São Paulo contratou o linguista Marcello Marcelino, que está terminando seu pós-doutorado na Unifesp e desenvolveu um programa exclusivo de linguagem. Todos os professores da escola são acompanhados por ele", conta Denise. Como o idioma é trabalho em sala de aula - Para o aprendizado de línguas, as escolas internacionais oferecem um ambiente de "language acquisition" quase perfeito, uma vez que o inglês se constitui não em objeto de estudo, mas sim em instrumento de estudo, diariamente. Inglês ou português são usados em sala de aula dependendo da matéria. "Aqui as matérias dadas no próprio idioma nativo são relacionadas às disciplinas que envolvem nosso território, como Língua Portuguesa, História e Geografia do Brasil. Disciplinas que não se referem diretamente com o Brasil são ministradas em inglês", afirma Denise Lam. A coexistência entre outros idiomas e outras culturas desenvolve na criança, além de um referencial teórico amplo, a difícil habilidade de equacionar os contrastes linguísticos e os diferentes valores culturais. "As escolas internacionais se dedicam a agregar valores e princípios éticos junto com um aprendizado cognitivo. Nossa função é formar cidadãos preparados para lidar com a diversidade cultural do planeta", conclui.