Releases 25/10/2017 - 11:26

No Brasil, mulheres que vivem com psoríase são 50% menos felizes do que homens, revela Novo Relatório Global que mede o impacto da psoríase na felicidade


(DINO - 25 out, 2017) - As mulheres brasileiras sofrem impacto negativo maior do que os homens que vivem com psoríase: mulheres (54%) que vivem com psoríase, em relação aos homens nas mesmas condições (28%), declararam se sentirem ansiosas e sofrerem uma tensão psicológica. E 29% das mulheres que vivem com psoríase sentem falta de uma companhia, versus 14% dos homens nas mesmas condições. Estes são alguns dos achados do primeiro Relatório Mundial sobre Psoríase e Felicidade (RMPF), índice que mede a felicidade das pessoas que vivem com psoríase, anunciados pelo Instituto de Pesquisa da Felicidade (Dinamarca). A psoríase é uma doença inflamatória, crônica, dolorosa e debilitante, que se manifesta na pele e afeta 125 milhões de pessoas no mundo e pode ocorrer em qualquer idade. Em 2014, em resolução da Assembleia Mundial de Saúde, os Estados Membros da OMS (Organização Mundial de Saúde) reconheceram a psoríase como uma doença de notificação não obrigatória. Esta resolução destacou que muitas pessoas no mundo sofrem desnecessariamente os efeitos da psoríase, devido a diagnóstico incorreto ou tardio, opções inadequadas de tratamento, dificuldades de acesso a cuidados com a saúde e também por estigma social. A pesquisa digital foi conduzida entre fevereiro e agosto de 2017 e mediu a percepção de felicidade de 121.800 pessoas que vivem com psoríase em 184 países. Do Brasil, participaram 10.244 pessoas, sendo 50% de homens e 50% de mulheres com psoríase de leve a grave. No Índice Mundial de Psoríase e Felicidade (IMPF), o Brasil ficou classificado como o 4º país mais feliz do mundo (atrás do México, Colômbia e Espanha) - pelo ranking de felicidade da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2017 o Brasil ficou em 22º. Entre as pessoas que vivem com psoríase leve, o Brasil é o 10º país mais feliz do mundo; entre as pessoas que vivem com psoríase moderada o Brasil está posicionado em quinto lugar; e entre as pessoas que vivem com psoríase grave, está na sexta classificação. Apesar de posicionado entre os mais felizes, perto de 69% dos brasileiros pesquisados acreditam que não há conscientização pública sobre a doença. "A pesquisa proporciona um novo olhar, pelo qual podemos entender o impacto de uma condição de saúde e direcionar o debate global sobre psoríase, além do ponto de vista de médicos e cientistas. Com os países tradicionalmente apontados como mais felizes classificados em posições mais baixas no IMPF, nossos dados indicam que o impacto negativo de doenças crônicas podem estar fora do radar das autoridades de saúde, uma vez que as sociedades estão deixando as pessoas que sofrem para trás", afirmou Meik Wiking, CEO Instituto de Pesquisa de Felicidade e também Pesquisador Associado pela Dinamarca para a Base de Dados Mundial de Felicidade e membro fundador da Rede Latino-Americana de Políticas para Bem-Estar e Qualidade de Vida. É também autor do The Little Book of Hygge - sobre porquê a Dinamarca é um dos países mais felizes do mundo - que faz parte da lista dos livros mais vendidos do NYT (2017).Forte Correlação entre Felicidade e Bom Relacionamento Médico-Paciente - Os pesquisadores descobriram que 64% dos brasileiros que vivem com psoríase consideram que seus médicos compreendem completamente o impacto da doença no seu bem-estar mental - enquanto que a média global é de 51%. Além disso, os brasileiros que acreditam que o impacto da psoríase em seu bem-estar mental é compreendido pelos seus médicos apresentam um índice maior de felicidade (6,5) do que aqueles que acreditam que este impacto não é compreendido (5,74), segundo escala de 1-10. Bem-Estar Mental - O RMPF também indica que o sentimento de isolamento social entre as pessoas que vivem com psoríase se reflete em sua saúde mental:- Quase metade (48%) dos brasileiros participantes da pesquisa sente que suas famílias não compreendem o que é viver com psoríase e 55% acreditam que seus amigos também não entendem essa condição.- No ranking geral, 40% acredita que são as únicas pessoas no mundo vivendo com psoríase (37%, no Brasil). "A pesquisa reforça o que observamos em nossa prática diária - o sentimento de exclusão e isolamento social, que pode afetar a saúde psicológica das pessoas que vivem com psoríase; muitas pessoas apresentam sintomas de depressão durante o curso da doença", afirma Dr. Marcelo Arnone, coordenador do Ambulatório de Psoríase, do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo. "Esperamos que este relatório inspire aqueles que conhecem pessoas que vivem com psoríase a ajudá-las a lidar com a grande carga emocional". Metodologia da Pesquisa - O RMPF baseia-se nas respostas de 121.800 pessoas em 184 países. Os rankings do índice de felicidade incluem os 19 primeiros países que apresentaram uma taxa de resposta estatisticamente importante, com 400 participantes ou mais. A classificação nos Índices de Felicidade é calculada por uma pontuação média, pela escala de Cantril, que fornece uma pontuação de felicidade de 0 a 10. Os participantes na pesquisa foram analisados e categorizados segundo a gravidade da doença, com base em suas próprias declarações e impressões, assim como suas próprias medidas da superfície corpórea afetada (Body Surface Area), ferramenta usada para avaliação da gravidade da psoríase. Os participantes da pesquisa foram categorizados por faixa etária, entre 20 e 60 anos, sendo a média entre 20 e 49. Os temas centrais da pesquisa foram gravidade, impacto da doença, impacto do tratamento, avaliação do sistema de saúde e dos profissionais de saúde e preocupações e comportamento das pessoas que vivem com psoríase. Os interessados em mais informações sobre o RMPF podem acessar https://goo.gl/p2SGz7.O Instituto de Pesquisa em Felicidade é uma organização independente, sediada em Copenhague, Dinamarca, com foco na satisfação, felicidade e qualidade de vida. Sua missão é informar sobre as causas e efeitos da felicidade humana, incluir a parte subjetiva do bem-estar no debate de políticas públicas e melhorar a qualidade para cidadãos em todo o mundo.