Releases 01/09/2025 - 13:52

Risk Radar usa a inteligência artificial para prever riscos corporativos


Desenvolvida pela Ambipar em parceria com SAI 360 e Signal AI, ferramenta cruza milhões de dados em tempo real para antecipar ameaças geopolíticas, climáticas, regulatórias e reputacionais, transformando informação em estratégia para empresas de médio e grande porte.

O avanço das discussões sobre sustentabilidade, governança e impactos sociais transformou o ESG em um dos principais eixos estratégicos do mundo corporativo. Mas, junto com a consolidação do conceito, cresceu também a necessidade de lidar com riscos que vão muito além do controle interno das companhias. Questões geopolíticas, climáticas, regulatórias e reputacionais estão entre os fatores que hoje podem impactar diretamente os negócios e exigir decisões rápidas e embasadas.

Para fazer frente a esse contexto cada vez mais complexo, ferramentas lastreadas no mundo real e nascidas no âmbito da inteligência artificial estão chegando ao mercado, como é o caso da Risk Radar, desenvolvida pela Ambipar em parceria com a SAI 360 e a Signal AI. O objetivo do produto é prever riscos emergentes a partir de milhões de dados processados diariamente e transformados em informação útil para a estratégia corporativa. "O Risk Radar tem a grande habilidade de ter acesso a mais de 5 milhões de fontes de dados diariamente. A gente uniu tudo isso para trazer um ranqueamento desses riscos e mostrar o que é realmente relevante para aquela empresa", explica Claudinei Elias, diretor executivo da Ambipar ESG.

Segundo ele, a solução vai além da gestão tradicional, que costuma olhar para dentro das companhias. O foco está em entregar uma visão preditiva e conectada às tendências externas. "Sejam riscos ligados às questões geopolíticas, financeiras, climáticas, reputacionais, socioambientais ou de governança, todos são tratados em tempo real." Para isso, são consideradas informações de mercado de diferentes origens, como redes sociais, regulamentações em discussão, incidentes, acidentes e estudos científicos. "Você pode estar monitorando, às vezes, uma legislação que ainda nem saiu, mas que eventualmente pode impactar significativamente o seu negócio."

Para lidar com o enorme volume de informações, a ferramenta usa mecanismos de crawlers (rastreadores de rede), machine learning, deep learning e técnicas de extração de dados. Mas a análise não é totalmente automatizada: depois da etapa de processamento, há uma curadoria feita por especialistas. "É importante que os temas que sejam relevantes para o seu negócio, por exemplo, mapear a concorrência ou um novo mercado, sejam tratados de forma bastante adequada. Por isso, depois da inteligência artificial, há uma etapa de normatização com visão humana." Segundo Elias, os modelos de linguagem disponíveis no mercado, embora úteis em diversas aplicações, poderiam gerar distorções. "As LLMs trazem várias facilidades, mas para esse uso teriam alguns problemas. Às vezes, as informações que estão ali não são tão relevantes para o seu negócio."

O público-alvo é amplo, mas a Ambipar mira especialmente empresas de médio e grande porte, que precisam embasar decisões estratégicas em diferentes áreas. "Fundos de investimento, companhias de energia, mineração, educação, setor financeiro, seguros e serviços são, obviamente, um alvo nosso. Normalmente, falamos de empresas de um determinado tamanho, até para poder dialogar com diversas áreas internas", explica. Mais do que reforçar controles, a ideia é alinhar riscos à estratégia corporativa. "Como a gente está falando de um modelo preditivo de situações que não ocorreram e que podem vir a ocorrer, é importante que isso esteja conectado com a estratégia do negócio."

Clima em foco redefine a gestão de riscos corporativos

O risco climático ocupa posição central no mundo corporativo atualmente. "Sem dúvida nenhuma, é uma das maiores preocupações que a humanidade tem nos últimos 50 anos. Isso afeta qualquer negócio, em qualquer área, em qualquer região", diz Claudinei Elias, diretor executivo da Ambipar ESG. A ferramenta de gestão de risco desenvolvida pela empresa não se limita a prever fenômenos como chuvas ou secas que afetam setores específicos. O produto considera impactos regulatórios, efeitos sobre cadeias de valor e dependência de fornecedores em regiões vulneráveis. "Às vezes, você pode ter impacto não só na sua empresa, mas também na sua cadeia de fornecimento. Por isso eu falo, é uma questão muito estratégica e sistêmica."

O diferencial do Risk Radar, segundo o executivo, está na atualização contínua. Todos os dias, a ferramenta processa novas informações e identifica tendências. "Sempre tem alguma coisa acontecendo. Fazemos um cruzamento do grau de risco de um determinado tema e o tempo que ele pode impactar o negócio. Assim, você pode trabalhar antes daquilo acontecer ou usar como uma vantagem competitiva." A lógica, afirma Elias, é permitir que empresas deixem de olhar apenas para o retrovisor e passem a antecipar movimentos de médio e longo prazo. "A grande diferença é parar de olhar só para trás e começar a olhar para frente, quase como uma bola de cristal, para entender para onde as coisas estão indo."

Muitas mãos

O produto agora disponível ao público é fruto de uma rede de colaboração internacional. A SAI 360, que nasceu na Austrália e depois mudou-se para Chicago, incorporou uma empresa holandesa especializada em risco e todo o seu conteúdo. Enquanto a Signal AI é uma startup britânica apoiada por grandes investidores. Soma-se a elas a Ambipar, elo fundamental para agregar ao projeto conhecimento sobre a realidade latino-americana e bancos de dados proprietários ligados à circularidade e ao atendimento a emergências. "As questões geopolíticas aqui são muito diferentes das da Europa. Então, é preciso uma camada de ajuste para a nossa realidade."

Segundo Elias, o desenvolvimento da ferramenta exigiu tanto tecnologia quanto ciência aplicada. "Não dá para fazer isso só com tecnologia, tem que ter muito conhecimento humano. Sem ciência, você não consegue fazer isso. O segredo da coisa, sem dúvida nenhuma, está no algoritmo." O acesso a tecnologias avançadas hoje é mais fácil, observa o executivo da Ambipar, mas o que realmente faz diferença é a capacidade de transformar dados em informações acionáveis.

"O acesso à tecnologia está muito mais fácil. Mas, no final das contas, o diferencial está em fazer sentido em relação àquelas informações e definir o que é realmente relevante. O que eu levo para o conselho? O que eu levo para a diretoria executiva? O que eu levo para a área de pesquisa e desenvolvimento?" Essa, ratifica Elias, é a essência do projeto: ajudar empresas a filtrar, priorizar e organizar informações para que elas se tornem instrumentos estratégicos de decisão. "No final do dia, o que a gente quer é tomar decisão", atesta.