Releases 27/11/2025 - 13:10

O papel que se desmancha na água e reduz entupimentos em banheiros de alto fluxo


Tecnologia da Tork (Essity) combina fibras especiais e dispenser patenteado para cortar desperdício, reduzir resíduos e facilitar manutenção.

Ele parece um papel higiênico comum. Mas basta o contato com o turbilhão de água causado pelo acionamento da descarga, e alguns segundos, para que ele comece a se desfazer mais rápido do que os outros. Não é mágica, mas tecnologia. O novo papel higiênico da Tork, marca global da sueca Essity, foi criado para se desintegrar rapidamente ao entrar em contato com o fluxo de água, evitando entupimentos e reduzindo o impacto ambiental causado pelo descarte de resíduos.

O produto faz parte de um sistema batizado de Smart One, que combina um papel com fibras especialmente desenvolvidas e um dispenser patenteado que libera apenas uma folha por vez. A ideia é, aparentemente, simples: usar menos, descartar melhor e facilitar a manutenção de banheiros em locais de grande circulação - de shoppings e escolas a hospitais e indústrias.

“Esse papel se desmancha rapidamente, em questão de segundos, no turbilhão da descarga”, explica Sarah Sampaio, gerente nacional de Vendas & Customer Marketing para Higiene Profissional da Essity no Brasil. “Ele é resistente o suficiente para o uso, mas projetado para se desagregar logo que entra em contato com a água em movimento. Assim, não forma aquelas bolotas que acabam entupindo as tubulações.”

Um dos pontos positivos do Smart One, segundo Veronica Polzer, arquiteta e gestora ambiental, é o fato de o sistema evitar o desperdício, ao liberar apenas uma folha por vez. “Além disso, o produto tem certificações ambientais rigorosas, como o FSC, que garante manejo florestal responsável - da extração da matéria-prima até o descarte. O Smart One utiliza fibras recicladas, o que ainda é raro no mercado brasileiro, e contribui para uma gestão de resíduos mais eficiente, com menor impacto ambiental”, afirma a especialista.

Tecnologia que desagrega o papel

Por trás dessa aparente simplicidade há uma história de pesquisa e desenvolvimento. Cada tipo de papel exige um equilíbrio específico de resistências - transversal, longitudinal, seca e úmida - e de absorção. No caso do Smart One, a Essity chegou a uma combinação que garante conforto e desempenho, mas também desagregação quase instantânea.

A simulação do que ocorre dentro do vaso sanitário pode ser feita em uma garrafa transparente de água. Bastam duas folhas do produto, uma agitação manual mesmo e, 13 segundos depois, a desintegração do papel acontece.

A tecnologia foi desenvolvida internamente pela Essity, que tem mais de 70 fábricas espalhadas pelo mundo. Todas as versões do Smart One são produzidas com fibras de florestas certificadas pelo FSC, o selo que garante manejo responsável da matéria-prima.

A sustentabilidade, porém, não está apenas na composição do papel. O dispenser - aquele suporte onde o rolo é colocado - também faz parte do serviço. Ele é fechado, tem trava metálica e libera apenas uma folha por vez. Parece um detalhe, mas muda tudo.

Menos entupimentos, menos dor de cabeça

Com o controle da dispensação, o consumo de papel cai drasticamente. “Tem cliente que usava o equivalente a 200 quilômetros de papel por mês e, depois do Smart One, passou a consumir 60 quilômetros”, afirma Sarah. “É uma economia enorme, que se reflete em menos lixo, menos sacos plásticos e menos manutenção.”

Em indústrias, o impacto é ainda mais visível. Entupimentos frequentes em banheiros representam custos altos de manutenção. Com o novo sistema, esse problema praticamente desaparece. “A gente costuma brincar que ele salva a vida das equipes de manutenção”, diz Sarah. Além disso, como o papel pode ser jogado direto no vaso, o volume de resíduos sólidos também diminui. Isso significa menos lixo a ser recolhido e transportado - um custo que pesa, sobretudo em hospitais, escolas e grandes empresas.

A inovação também melhora a experiência de quem usa o banheiro fora de casa. O dispenser fechado evita a contaminação do papel, impede o desperdício e mantém o ambiente mais limpo. “Não é raro ver rolos expostos, caindo no chão ou sendo tocados por várias pessoas”, lembra Sarah. “Com o sistema fechado, isso simplesmente não acontece.”

Do aeroporto ao hospital

Outro ganho está no trabalho das equipes de limpeza. Como o Smart One tem alta capacidade e exige reposição com menor frequência, sobra tempo para o que realmente importa: a limpeza. “Parece pequeno, mas é um ganho operacional enorme em lugares com muitos banheiros, como shoppings e universidades”, explica a executiva.

O Smart One já é usado em aeroportos, escritórios, escolas, restaurantes, hospitais e indústrias - lugares de alto fluxo, onde eficiência e higiene precisam andar juntas. Para esses espaços, o produto representa um alívio duplo: menos entupimentos e menos resíduos.

A empresa lançou também uma versão mini do sistema, voltada a estabelecimentos menores. No fim das contas, trata-se de um pequeno gesto - trocar o rolo tradicional por um sistema inteligente - com potencial de impacto. Um papel que desmancha mais rápido na água, poupando encanamentos e o meio ambiente, é mais do que conveniência: é um lembrete de que inovação e sustentabilidade podem, sim, andar de mãos dadas.

Questão cultural

A questão de não descartar o papel higiênico no vaso sanitário no Brasil é muito mais cultural do que técnica, afirma Veronica. Segundo a consultora ambiental fundadora da Polzer Ambiental em 2015, nos Estados Unidos, Canadá e países da Europa, o descarte no vaso é o padrão, e isso é mais sustentável, pois evita a geração de lixo sólido e reduz o uso de sacos plásticos e a necessidade de coleta desse resíduo.

“No Brasil, o vaso sanitário é tecnicamente o mesmo usado lá fora, o que muda é o hábito. O papel se desintegra na água e não causa entupimentos quando usado corretamente. O que gera problemas são outros materiais, como lenços umedecidos e papel-toalha. Trabalhar essa mudança de mentalidade é essencial para que o País avance em práticas mais limpas, seguras e ambientalmente corretas”, avalia Veronica.